O naufrágio de um barco sobrelotado com migrantes ilegais, que embateu no cargueiro português King Jacob, poderá ser imputado a um capitão tunisino. De acordo com as autoridades italianas, Mohammed Ali Malek, de 27 anos, deverá responder pelo assassínio das mais de 800 vítimas.
O naufrágio de uma antiga traineira com migrantes ilegais ao largo da Itália, que provocou a morte de mais de 800 pessoas, poderá ser imputado a um capitão tunisino.
De acordo com as autoridades italianas, Mohammed Ali Malek, de 27 anos, deverá responder em tribunal às acusações de assassínio múltiplo, causar um naufrágio e apoio à imigração ilegal.
Para a Procuradoria da Catânia, na Sicília, não existem dúvidas: o tunisino cometeu erros enquanto capitão da embarcação, o que, aliado à sobrelotação, culminou com o maior desastre no Mediterrâneo envolvendo migrantes.
Esses erros levaram o navio a embater no King Jacob, um cargueiro com pavilhão da Madeira. A tripulação do navio português foi ilibada de qualquer responsabilidade.
Porém, uma porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), citada pela CNN, admitiu que o cargueiro poderá ter provocado a viragem do barco com os migrantes, nomeadamente com a onda que provocou ao tentar ir em socorro.
Para as autoridades italianas, aos erros do capitão tunisino somaram-se os movimentos de pânico das centenas de pessoas a bordo da antiga traineira, que levaram a embarcação a virar.
Mahmud Bikhit, um membro da tripulação de origem síria e com 25 anos de idade, também foi detido, por suspeita de apoio à imigração ilegal.
Ainda segundo as contas da Procuradoria da Catânia, só 28 pessoas terão sobrevivido ao naufrágio, incluindo os dois detidos.
Dados os testemunhos dos sobreviventes, o ACNUR acredita que a antiga traineira, com cerca de 20 metros, teria cerca de 850 pessoas a bordo.