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Naufrágio na Coreia: Comandante pode não voltar a sair da prisão

sewol 210sewolO Ministério Público acusa o comandante do ‘Sewol’, o ‘ferry’ que naufragou ao largo da Coreia do Sul, e três outros tripulantes de homicídio involuntário. Com a moldura penal a prever uma pena de prisão perpétua, Lee Joon-seok arrisca-se a não voltar a sair da prisão.

O comandante do ‘Sewol’, Lee Joon-seok, pode ser condenado à prisão perpétua, caso seja condenado pelo homicídio involuntário de pelo menos 281 passageiros.

O Ministério Público acusou ainda o engenheiro chefe e os primeiro e segundo oficiais do mesmo crime: homicídio involuntário. É a mais grave de um conjunto de acusações, como refere a agência Yonhap.

Outros 11 tripulantes do ‘ferry’ que naufragou ao largo da Coreia, em abril, enfrentam acusações de negligência e violação da legislação de resgate marítimo.

Para o Ministério Público, a conduta de Lee Joon-seok e dos outros três principais arguidos é a mais condenável, uma vez que foram dos primeiros a ser resgatados logo após terem obrigado os passageiros a ficar nas cabines.

Lee Joon-seok, de 68 anos, ficou detido logo após o resgate e, a ser condenado, arrisca-se a nunca mais sair da prisão.

O comportamento do comandante não foi censurado apenas por muitos dos sobreviventes: a própria Presidente da Coreia, Park Geun-hye, comparou-o a um assassino.

“O comportamento foi totalmente incompreensível, inaceitável e equivalente a assassínio”, afirmou a chefe de Estado, a 21 de abril, exigindo uma responsabilização “civil e criminal” dos responsáveis.

Se Park Geun-hy pediu “desculpa pelo fracasso em evitar o acidente” e “por terem sido perdidas tantas vidas”, o primeiro-ministro sul-coreano foi ainda mais longe, apresentando a demissão.

Jung Hong-won assumiu a responsabilidade por, explicou-se, ter sido “incapaz de evitar o acidente e de gerir os acontecimentos corretamente”.

Para além dos oficiais, as autoridades investigam a empresa proprietária do navio. Kim Han-sik, o principal dirigente da Chonghaejin Marine, foi detido sob a suspeita de ter permitido que o ‘ferry’ transportasse carga a mais (o triplo do peso permitido), o que terá contribuído para desestabilizar o ‘Sewol’ e provocar o naufrágio.

A bordo, nesse fatídico dia 16 de abril, seguiam 476 pessoas, a grande maioria dos quais estudantes. Sobreviveram 172 e foram resgatados os corpos de 281 vítimas mortais, estando desaparecidas 23 pessoas.

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