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Bathily: Cidadão francês, herói de Paris e natural do Mali

Quando os terroristas fizeram reféns num supermercado judaico em Paris, um maliano tornou-se no herói ao esconder 15 pessoas. O Governo francês vai reconhecer Lassana Bathily com a nacionalidade francesa e há quem defenda que deve ser homenageado com a medalha da Legião de Honra.

Lassana Bathily era apenas um funcionário de um supermercado em Paris, França, que tinha nascido no Mali. Até que um atentado terrorista o transformou num herói à escala mundial.

Quando Amedy Coulibaly entrou no supermercado, judaico, e procurou fazer reféns em nome da causa do Estado Islâmico, Lassana Bathily escondeu 15 pessoas numa câmara frigorífica.

O maliano, nascido em 1990 e que vive em França desde 2006, foi também fundamental para o socorro, uma vez que forneceu indicações à polícia.

“Quando Coulibaly entrou no supermercado, um grupo de pessoas desceu as escadas a correr, até à cave, e explicaram que havia um louco armado na loja. Expliquei que o único lugar onde nos poderíamos esconder era a câmara frigorífica. Meti lá toda a gente”, recordou Bathily, citado pela Radio France Internationale.

O funcionário do supermercado podia ter ficado escondido com os restantes, mas optou por alertar as autoridades. Conseguiu escapar por uma saída de emergência e ainda teve de enfrentar a polícia, que inicialmente pensou tratar-se dum cúmplice.

Foram precisas duas horas para que as autoridades percebessem o erro. Quando Lassana Bathily foi autorizado a regressar ao local do sequestro, forneceu à polícia as chaves do supermercado e as informações necessárias para as forças especiais se movimentarem durante o assalto.

A atuação heróico do maliano levou a que o Governo francês o distinguisse com a cidadania, como revelou o comunicado hoje emitido pelo executivo.

“Mesmo nas trevas e na desolação consegue-se encontrar um raio de luz. Lassana Bathily, um jovem maliano de confissão muçulmana, iluminou uma semana que de outra forma seria apenas tenebrosa”, elogiou a nota.

O Governo destacou ainda a “fraternidade” do novo herói de Paris, que passou a ser “um modelo” para os cidadãos que nasceram em França.

“Este herói comum é, de facto, um modelo. Um ilegal que foi acolhido como trabalhador num supermercado judeu e que salvou uma quinzena de judeus, ou, mais simplesmente, uma quinzena de seres humanos”, lembrou o Governo, no mesmo comunicado.

Há quem entenda que a cidadania francesa não é suficiente para tamanho heroísmo. Uma petição exige que Lassana Bathily seja agraciado com uma das mais altas distinções francesas, a mesma que foi atribuída, postumamente, às 12 vítimas do ataque ao jornal Charlie Hebdo: a medalha da Legião de Honra.

Recorde-se que o sequestro feito por Amedy Coulibaly, militante do ISIS, durou cerca de quatro horas e provocou quatro vítimas mortais.

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