Economia

Nas lojas da Zara a música está muita alta, queixam-se os trabalhadores

inditex Os trabalhadores do grupo Inditex, que inclui marcas como a Zara e a Pull and Bear, queixam-se da música demasiado alta nas lojas e o pagamento de parte do salário em cartão-refeição. Há três anos sem aumentos, os funcionários lembram que “o dono recebeu 447,2 milhões em dividendos”.

As lojas da Zara, Pull and Bear, Massimo Dutti e outras marcas do grupo Inditex não são discotecas, salientam os trabalhadores.

A única semelhança, segundo os funcionários, é a música num volume demasiado alto. O ambiente nas lojas está longe de ser alegre quando os trabalhadores se queixam de receber parte do salário em cartão-refeição.

“A empresa impôs o cartão-refeição, mas não teve em conta que este não serve para pagar muitas das despesas que os trabalhadores têm. Os trabalhadores, na maioria, são muito jovens, estão no início de vida e precisam do dinheiro para fazer face a outras despesas”, afirmou António Santos, do CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, citado pela agência Lusa.

“O cartão-refeição é um negócio que prejudica os trabalhadores, beneficia a Inditex e o banco com quem o grupo trabalha e que penaliza a Segurança Social portuguesa”, reforçou o sindicalista, salientando que os funcionários “comem em ‘tupperwares’ e marmitas para que o dinheiro sobre e permita pagar os passes sociais, a creche dos filhos ou mesmo a faculdade, porque há muitos que são estudantes”.

Hoje, vários trabalhadores do grupo Inditex concentraram-se em Lisboa, protestando contra a utilização do cartão-refeição e a atitude da empresa, que se tem “mostrado indiferente” aos pedidos dos funcionários e do sindicato.

A manifestação, diz o CESP, serviu para demonstrar que os trabalhadores “não precisam de cartões de refeição, mas sim do aumento do salário base”, ao mesmo tempo que “desejam acabar com horários sem regras impostos de véspera e pôr termo às alterações unilaterais dos horários”.

“O dono da Inditex recebe 447,2 milhões de euros em dividendos, enquanto os trabalhadores estão sem aumentos há três anos”, frisou António Santos, que também criticou o “som tipo ‘discoteca’ no local de trabalho”.

Segundo o sindicalista, outras empresas que operam em Portugal “já resolveram o problema do uso dos cartões-refeição”, enquanto os responsáveis da Inditex “não ouvem, não dão resposta e ignoram as dificuldades” dos trabalhadores.

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