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“Não tenho muito respeito pela classe jornalística”

Afastada da televisão depois de ter passado por RTP, TVI e SIC, Manuela Moura Guedes traçou um olhar crítico da informação “neste meio tão poderoso”.

Ao participar no ‘Dia de Cristina’, na TVI, a jornalista e comentadora disse sentir que as portas da televisão estão-lhe “fechadas”, mesmo depois de ter feito “tudo o que havia para fazer”.

“A câmera, para mim, é uma coisa fácil. Agora, da maneira como se gere este meio tão poderoso, especialmente na informação, o que é que se há-de fazer? Tenho tido algumas experiências más”, começou por explicar.

A forma como foi afastada da televisão deixou a mágoa da “injustiça” em Manuela Moura Guedes, em especial por ver que os jornalistas se “moldam ao poder”.

“Os meus colegas, por exemplo. Eu não tenho muito respeito pela classe jornalística em Portugal, porque eles moldam-se ao que está. Eles moldam-se ao que está, na altura estavam completamente moldados ao poder”, acusou.

“Quando aconteceu tudo aquilo, a própria redação não fez nada. Se fosse hoje, teria batido o pé, mas fiquei tão em estado de choque que dei tudo de barato. Não é uma administração que manda numa direção de informação. Eu diria que vou fazer o jornal, tirem-me daqui com polícias ou segurança”, insistiu Manuela Moura Guedes.

Um ‘poder’ do qual a jornalista e comentadora podia ter feito parte, pois passou pelo Parlamento, como deputada eleita pelo CDS.

“Custou-me a habituar”, confessou: “Portei-me mais como jornalista do que como política”.

Desse tempo, ficou a noção de que, em Portugal, “ser político é seguir um partido”.

A “indisciplinada” do CDS recordou que, quando foi convidada, só lhe exigiram que votasse alinhada com o partido na questão da “idade de reforma dos deputados”.

Numa proposta sobre a idade de reforma das mulheres, Manuela Moura Guedes viu-se como a única deputada da direita a votar ao lado… do PCP.

“Votei uma vez com o PC. Senti-me sozinha na altura da votação, era eu levantada com os deputados do PC e os meus colegas todos sentados”, recordou.

Quer na televisão, quer na política, a jornalista teve sempre uma imagem de controvérsia, algo que nem a própria consegue explicar.

“Sempre criei inimizades, desde pequena. É uma coisa estranhíssima e gostava de saber por que motivo é que isso acontece. Às vezes, pergunto-me. As minhas amigas dizem-me que eu atemorizo um bocadinho e que intimido. E eu não percebo porquê. Mesmo em criança, sempre foi assim”, concluiu Manuela Moura Guedes.

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