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“Não pode haver mais Ruis Pedros”, diz Filomena Teixeira

A mãe de Rui Pedro, o menino de 11 anos que desapareceu em Lousada há 23 anos, não desiste de saber o que aconteceu ao filho, mantendo a esperança de que continua vivo.

A mãe de Rui Pedro não tem qualquer dúvida de que reconheceria o filho se o visse agora, com 34 anos e passados 23 anos do desaparecimento. “Reconhecia-o. Não tenho dúvidas”, garantiu. E continua a falar com ele, “a contar-lhe tudo”, mesmo não o tendo ao lado desde 4 de março de 1998.

“Podem chamar-me louca, mas nunca perdi a esperança, pelo menos de saber o que lhe aconteceu”, afirmou, durante uma entrevista a Manuel Luís Goucha, na TVI.

É essa luta pela verdade e a crença de que Rui Pedro está vivo, apesar de ter sido declarada a morte presumida em 2019 (transcorridos 20 anos sobre o desaparecimento), que “alimenta” Filomena Teixeira.

“Sinto que está vivo. O meu coração diz-me que tenho de continuar, não posso desistir. Não pode haver mais Ruis Pedros. Se eu desistir, vou demonstrar às outras pessoas que têm filhos desaparecidos que se desiste de um filho como se desiste de um objeto. Um filho é nosso para sempre”, justificou.

A mãe de Rui Pedro mantém também a crença de que Afonso Dias, que cumpriu pena pelo sequestro da criança, sabe mais do que contou.

“Ele disse-me, com cara de cínico, que não tinha nada a dizer-me, quando eu fui mais do que mãe para ele. Eu é que o ensinei a ter cuidado com a higiene, vesti-o e muitas vezes lhe matei a fome. Acho que ele não agiu sozinho, mas que ele sabe mais do que falou…”, afirmou.

Filomena Teixeira deixou também críticas à Polícia Judiciária pela forma como conduziu as investigações, salientando que foi a partir do desaparecimento de Rui Pedro que “toda a gente passou a ter medo dos raptos”.

“Para a Polícia Judiciária, o Rui Pedro estava morto em qualquer lado. Para a primeira equipa, não foi raptado, eu é que inventava da minha cabeça. Eu é que era louca. Quando mostrei a revista da Eurodisney [com uma foto de um suposto avistamento de Rui Pedro, um mês depois do desaparecimento], perguntaram-me o que iam fazer com aquilo. Eles não investigaram nada”, criticou.

“Eu tenho dúvidas. Tenho momentos em que acho que está morto, mas há outras alturas em que tenho esperança de que está vivo. E é isso que me alimenta, a esperança de eu poder abraçá-lo um dia. A imagem que me vem mais à memória é ele por trás a abraçar-me e a dar-me beijinhos no pescoço. E a dizer que gostava muito de mim”, finalizou a mãe de Rui Pedro.

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