“Não paro de ficar perplexo com a profundidade das fraudes” no caso-BES, diz Ricciardi
O antigo presidente do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI), José Maria Ricciardi, diz-se “absolutamente impressionado com a dimensão” das “fraudes e crimes” que, alegadamente, foram cometidos no caso-BES.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo, José Maria Ricciardi – primo de Ricardo Salgado, antigo presidente e fundador do Banco Espírito Santos – refere que está “perplexo”.
“Não paro de ficar perplexo com a dimensão e a profundidade das fraudes e dos crimes que estão alegadamente em causa. Fico absolutamente impressionado com a dimensão”, realçou, àquele jornal.
Ricciardi aponta que o grupo BES “não tinha escrutínio” e “havia movimentos de capitais que não eram controlados”.
“Ricardo Salgado tentou colocar na opinião pública a ideia de que se tratava de uma luta de poderes e que eu só queria ocupar o seu lugar, o que é absolutamente falso. Não imaginei que a situação fosse tão má”, acrescenta.
Rebatendo a ideia de que poderia ter conhecimento dos procedimentos que suscitaram investigação, Ricciardi lembra que a própria Justiça está com dificuldade em perceber o caso, assim como o Banco de Portugal e a própria CMVM, que nunca souberam do que se passava no BES.
José Maria Ricciardi é uma das testemunhas arroladas pelo Ministério Público, que acusou 18 pessoas e sete empresas.
Em causa, alegados crimes económico-financeiros, sendo que o principal visado é o ex-banqueiro Ricardo Salgado, que reclama inocência e garante que não cometeu nenhum crime.