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“Não me vou demitir”, diz presidente da Câmara de Borba

O presidente da Câmara de Borba (Évora), António Anselmo, arguido no processo da derrocada da estrada 255 no concelho, que provocou cinco mortos, disse hoje que vai preparar a sua defesa e recusou demitir-se do cargo.

“Imaginem que vocês são acusados”, afirmou o autarca, dirigindo-se aos jornalistas, numa conferência de imprensa, realizada na Câmara de Borba, acrescentando: “Vocês têm direito a defender-se. Como tal, é aquilo que eu vou fazer, como devem calcular.”

António Anselmo, que logo no início do encontro com os jornalistas começou por tirar do bolso parte de uma folha rasgada da notificação judicial, na qual se podia ler “segredo de justiça”, confirmou ter recebido na quarta-feira “a documentação do DIAP [Departamento de Investigação e Ação Pena] de Évora”.

“Está a ser avaliada exaustivamente para, depois, vermos quais são os passos que temos de fazer a seguir”, disse o autarca.

Ao longo de toda a conversa com os jornalistas, o presidente da Câmara de Borba alegou sempre encontrar-se “em segredo de justiça” o processo relativo à derrocada da Estrada Municipal (EM) 255, ocorrida em novembro de 2018, quando um troço da via caiu para o interior de pedreiras à saída da cidade, provocando cinco mortos.

“O DIAP de Évora diz uma coisa muito simples. Eu vou mostrar só a primeira página, se quiserem ver: segredo de justiça”, referiu, apontando para a folha rasgada da notificação judicial e vincando que, por isso, “enquanto o processo estiver em segredo de justiça”, não dirá “nada sobre este tema”.

Questionado pelos jornalistas sobre se vai demitir-se do cargo, depois de o Ministério Público (MP) ter anunciado, na quarta-feira, que deduziu acusação contra oito arguidos, um deles uma pessoa coletiva, António Anselmo foi perentório.

“Como está em segredo de justiça, não vou dizer coisa nenhuma, agora, demitir-me nunca, naturalmente”, afirmou. E insistiu: “Não me vou demitir”.

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