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“Não me lembro de chorar por causa do cancro”, diz Alice Vieira

Num relato na primeira pessoa à Notícias Magazine, Alice Vieira, uma sobrevivente do cancro, viaja até 1989, ano em que o diagnóstico a sentenciou a três anos de vida. A escritora, com 74 anos, agarrou-se a uma frase de uma amiga e foi amparada pelo amor do marido. Restaram 13 canetas e a saudade.

No âmbito do Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, que se celebra a 4 de fevereiro, a Notícias Magazine recolheu testemunhos de sobreviventes, publicando um relato na primeira pessoa de Alice Vieira, escritora que lutou contra a doença com um sorriso no rosto.

O cancro da mama foi diagnosticado em 1989, numa altura em que se encontrava já com metástases, o que, de acordo com os médicos, determinariam um curto tempo de vida (três anos, no máximo), mas paradoxalmente uma longa luta com derrota anunciada.

Alice Vieira saiu do consultório com um quadro negro. Despediu-se do Diário de Notícias, agarrou-se ao marido e garantiu que aqueles seriam os melhores anos das suas vidas.

“Nunca fizemos do cancro um drama (…). Não me lembro de alguma vez ter chorado sobre isso. A minha amiga Manuela Maria dizia sempre assim: ‘Não me apetece nada morrer.’ E acho que isso é importante para a evolução da doença”, conta. [leia aqui o testemunho completo].

Deram três anos de vida à escritora, mas já passaram, entretanto, quase 30. Alice conta uma história curiosa: foi operada no Dia dos Namorados e todos os anos, nesse dia, recebia uma caneta do marido, como sinal de que sobrevivera mais um ano. Recebeu 13 canetas. Deixou de as receber com a morte do marido.

O marido foi a sua âncora, pelo apoio incondicional, sob a forma de amor igualmente sem condições.

Alice Vieira tem hoje 74 anos e visita, regularmente, o IPO, por indicação do seu oncologista. Venceu a doença com menos dificuldade do que enfrenta a ausência do marido.

Guarda as 13 canetas e exibe a saudade.

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