Economia

“Não falta vontade” para divulgar contas do Santuário de Fátima, diz José Ornelas

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), José Ornelas, garantiu que “não falta vontade” à Igreja Católica para divulgar publicamente as contas do Santuário de Fátima.

De acordo com o também bispo de Setúbal, antes é preciso uma clarificação de âmbito tributário, não especificado pela Concordata, o tratado que regula as relações entre o Estado e a Igreja Católica.

“Não falta vontade para isso”, garantiu José Ornelas, em Fátima, onde decorre entre hoje e terça-feira a peregrinação de outubro.

“No Santuário, há uma vertente que vem dos dons voluntários e isso tem um regime específico tutelado na lei portuguesa. Quando o Santuário tem dormidas, tem outras coisas, isso já entra noutra contabilidade. Essa dupla valência exige uma clarificação que no estatuto legal não está devidamente esclarecida”, explicou o presidente da CEP.

Não se trata de andar “a fazer tempo”, mas sim de procurar “meios adequados para resolver esta questão”.

O clérigo lembrou que, apesar de não serem publicitadas, as contas do Santuário de Fátima são auditadas “pelas melhores empresas de controlo”.

O cardeal António Marto, bispo de Leiria-Fátima, também garantiu que a divulgação pública das contas não teria “problema nenhum”.

“Pensava-se que a comissão paritária entre a Santa Sé e o Estado esclarecesse em breve tempo, num ano, dois anos, três anos. Isso até hoje não aconteceu. Estou desejoso de que aconteça”, frisou o cardeal.

Até essa dúvida ser esclarecida, as contas não podem ser apresentadas porque “não é possível ainda determinar exatamente a quantia de impostos que se devem ou não se devem”.

“Não tenho problema. Não há segredo nenhum. Não é sociedade secreta nenhuma”, finalizou António Marto.

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