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“Não estou preocupado porque não sou dono de uma estrutura de F1” diz Aloísio Monteiro

Aloísio Monteiro mostra-se confiante de que se vai sair da atual situação de inatividade dos ralis num futuro não muito distante.

O nortenho divide a sua atividade de piloto, com a de empresário, nomeadamente liderando uma das equipas mais proeminentes do Campeonato de Portugal de Ralis; a The Racing Factory.

Aloísio tem ainda de repartir o seu tempo com a sua principal atividade profissional, liderando uma grande empresa de componentes automóveis a partir de Detroit, a capital do automóvel nos Estados Unidos, onde reside.

Os tempos não têm sido fáceis, mas o reajuste foi rápido, com a maioria dos quadros técnicos e superiores a trabalhar a partir de casa, pois as fábricas só pararam na semana passada, sendo que o líder da estrutura de São Paio de Oleiros espera recomeçar a atividade industrial no começo de maio, como confidenciou em declarações à Golo FM e V Motores.

A época no campeonato português de ralis começou bem, com o triunfo de Armindo Araújo no Rali Serras de Fafe e Felgueiras. Que Aloísio Monteiro vê com naturalidade: “Acho que fizemos o trabalho de casa. Preparamos-nos bem. Agradecemos muito a aposta de Armindo. Ele também criou alguma obrigação em nós, de não poder falhar, e alguma responsabilidade. Tem sido um trabalho, tanto do Armindo, como nossa e da equipa técnica dele que juntou à The Racing Factory”.

“Tem havido um ‘casamento’ muito bom das duas partes. E obviamente o Armindo é um profissional, que exige muita resposta da nossa parte. E a equipa demonstrou que, sendo jovem, é cem por cento profissional, muito dedicada, e apresentou um resultado sobretudo do trabalho que fizemos. Não fizemos mais do que fazemos por todas as pessoas que apostam em nós. O Armindo não foi exceção”, salienta o líder da The Racing Factory.

A atual interrupção da temporada não estava nos planos, mas Aloísio mostra-se sereno: “Não estou preocupado porque não sou dono de uma estrutura de Fórmula 1. Se fosse como a equipa Mercedes, que tem mil funcionários, eu estava preocupado porque aí a minha responsabilidade era muito maior. Hoje a minha estrutura são 12 pessoas. Vai parar esta sexta-feira, porque até aqui tínhamos trabalho”.

“Tínhamos projetos de recuperação de carros, de revisão de carros que tínhamos dentro de portas. Obviamente dividindo equipas para não haver aglomeração de muita gente dentro da oficina, dentro da forma que nos foi permitido trabalhar em Portugal. Criamos um ‘schedule’ para toda a gente e todos foram trabalhar nos seus dias”, admite.

Sobre o que será o resto da época o líder da equipa de São Paio de Oleiros mostra-se otimista:“Acho que o campeonato tem de ser reajustado. Estou convicto que a situação vai voltar à normalidade a partir de maio e se deus quiser o desporto automóvel, como outras modalidades a partir de junho têm de voltar à normalidade, porque há muita gente, muitos postos de trabalho que estão dependentes disso. Claro que sabendo que em primeiro lugar está a saúde, mas também temos de ter alguma responsabilidade social”.

Aloísio Monteiro tem também a ser cargo projetos internacionais, sendo que “até à data”, não tem “qualquer cancelamento”, mas admite: “ Todos estão apreensivos, um bocado apreensivos de como os ‘sponsors’ vão reagir agora no segundo semestre, mas nenhum deles me falou em cancelar os programas que estão previstos”.

Mas sua faceta de piloto no ‘Europeu’ de ralis também está em ‘stand by’, face à situação atual. “Tínhamos um teste grande logo a seguir a Fafe, que era para preparar o Rali dos Açores e tínhamos o Monday Test nos Açores. Mas já tínhamos o nosso ‘set-up’ definido. Com esta mudança do Campeonato da Europa. Pode haver uma estreia se o Rali da Polónia em junho não for anulado. Se o ERC foi reajustado outra vez vamos esperar o que temos pela frente”.

E explica: “No programa tínhamos os Açores, a Polónia, Roma, Barum (Rep. Checa) e Hungria. Cinco provas e uma sexta que podia acontecer, que podia ser o Rali de Portugal como podia ser a Madeira. Depende também de disponibilidade de carro, porque o tínhamos alugado também a outro piloto”.

“Com este novo calendário tenho de esperar e reunir com a equipa. Estou convencido que vai haver ralis de 15 em 15 dias e carros a circular entre o ‘Nacional’ e o ‘Europeu’. Vai ser complicado. Teremos de ajudar o meu campeonato à disponibilidade dos carros”, conclui.

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