Namoro não é violência: Queixas na PSP passam de 1050 para 1549

O fenómeno da violência no namoro aumentou quase 50 por cento em apenas um ano. Depois das 1050 queixas registadas em 2013, a PSP recebeu 1549 ao longo de 2014. Um aumento de quase 50 por cento, na maioria dos casos com estudantes como vítimas.

“No namoro não há guerra”, frisou a Polícia de Segurança Pública, que hoje termina uma campanha de três dias orientada para a prevenção criminal da violência no namoro e da violência doméstica.

Os números do ano passado sustentam a aposta da PSP em tornar a questão na “primeira prioridade” para o ano letivo em curso: de 2013 para 2014, as queixas de violência no namoro aumentaram quase 50 por cento,

“Entre a comunidade juvenil, de 2013 para 2014, observou-se um aumento das situações de violência no namoro, facto corroborado pelo aumento de aproximadamente 50 por cento das participações registadas na área de responsabilidade da PSP”, referiu a força de segurança, em comunicado.

O aumento dos casos reportados terá duas explicações: o maior mediatismo do problema (ou “desocultação do fenómeno”, na linguagem da PSP) e um aumento efetivo das situações.

Ainda segundo os dados da polícia, 699 das 1549 queixas registadas em 2014 foram denunciadas por estudantes, mais um quarto do que o registado em 2013.

Na grande maioria dos casos (1457), as vítimas eram estudantes.

Embora a violência no namoro tenha repercussões físicas e psicológicas, a PSP salientou que se evidencia “particularmente na violência social”, uma vez que a exposição a fenómenos de violência doméstica em ambiente familiar acaba por induzir os mais jovens a replicar as agressões, seja no namoro, seja em relações mais próximas de conjugalidade.

A operação ‘No namoro não há guerra’ foi realizada junto das escolas de ensino básico do terceiro ciclo e secundário em todo o país, tendo mobilizado 386 agentes do Programa Escola Segura, com o apoio de 489 polícias das equipas de proximidade e apoio à vítima.

Sobre as queixas de violência doméstica, caíram em 2014, atingindo mesmo o mínimo desde que há registo, informou a PSP, sem precisar números.