Um homem que é viciado no jogo viu um tribunal austríaco ordenar o reembolso de 440 mil euros, gastos pelo ‘paciente’ em casinos e espaços de jogo em Viena. O advogado do jogador compulsivo, Christoph Naske, revela que o seu cliente gastou mais de 800 mil euros nas slot-machines da cidade. A sua dependência foi provada por um psiquiatra, o que justifica esta decisão rara. A empresa condenada, proprietária das máquinas de jogo, vai recorrer.

Um tribunal de Viena, na Áustria, determinou que um homem viciado no jogo fosse reembolsado de parte do dinheiro que perdeu nos casinos.

O jogador era frequentemente visto em diversos casinos de Viena e não conseguia parar, nas slot-machines. O prazer passou a hábito e o hábito transformou-se em doença. Entre 2006 e 2010, perdeu milhares de euros, até que decide procurar tratamento.

O advogado do jogador, Christoph Naske, disse nesta quinta-feira que o seu cliente vai receber 440 mil euros, que representa pouco mais de metade dos 800 mil euros gastos nas slot-machines.

Sujeito a exames médicos, o cliente de Naske viu comprovado o seu problema de dependência do jogo, pelo que terá de ser reembolsado.

“O tribunal reconheceu que ele estava sob incapacidade, em virtude da sua dependência, que foi atestada por um médico psiquiatra”, referiu Christoph Naske.

Nesse sentido, todos os atos praticados pelo homem em casinos e espaços com máquinas de fortuna e azar são considerados nulos, pelo que o dinheiro deve ser restituído.

A questão impõe-se: quem tem de pagar este reembolso? A empresa que tem a seu cargo a gestão das máquinas. Trata-se do grupo Novomatic, que entretanto já anunciou a intenção de recorrer da decisão judicial, segundo o diário austríaco Kronen Zeitung.

Trata-se de uma decisão muita rara em solo austríaco, mas que não é caso único. Alguns casinos têm referenciados alguns viciados no jogo, que estão impedidos de entrar nesses espaços de jogo.

No entanto, neste caso em particular essa regra nem se aplica, porque em Viena há diversas slot-machines instaladas em locais que não são casinos – estas máquinas encontram-se em estações de serviço, por exemplo.

Entretanto, antes de ser conhecida esta sentença, já as autoridades municipais tinham mudado a lei e restringiram a instalação de ‘slots’ a casinos.

A partir de 1 de janeiro do próximo ano, cerca de 2500 máquinas vão deixar de ser encontradas em espaços públicos fora do ambiente de casino.