Cultura

Música: Amplifest no Porto a 29 e 30 de outubro

amplifest2011Amplifest é o nome do festival de música que vai encerrar outubro, no Porto, iniciativa que se realiza pela primeira vez e que culmina “um sonho”, como disse um dos organizadores à Lusa.

No Hard Club, a 29 e 30 de outubro, podem ver-se artistas como Justin Broadrick (na sua encarnação antiga, enquanto Godflesh, e na forma mais recente, como Jesu), Acid Mothers Temple, Bardo Pond e Barn Owl, entre muitos outros.

O Amplifest é organizado pelo Amplificasom, um grupo de quatro amigos que comemora em novembro cinco anos, desde o primeiro concerto sob a marca do conjunto, que contou com os californianos The Enablers, agora regressados no âmbito do festival.

“No fundo, o Amplificasom é um sonho, o Amplifest é um sonho”, disse à Lusa um dos fundadores do grupo, André Mendes, que desde 2006 já avançou para o registo da marca Amplificasom como empresa, depois de tudo ter começado de um mero desejo que quis pôr em prática: “O sonho de ver as minhas bandas preferidas ao vivo”.

Esse sonho levou-o, sem experiência na organização de eventos ou conhecimentos na área, a enveredar, de qualquer maneira, por esse caminho que, desde 2006, já apresentou no Porto bandas como os japoneses Boris, os canadianos Thee Silver Mount Zion (banda com membros dos Godspeed You! Black Emperor) e um dos conjuntos fundadores da cena pós-metal, os Isis.

Sendo certo que no cartaz do Amplifest o nome destinado a chamar mais atenção é o de Godflesh, uma das bandas mais significativas do movimento industrial da década de 1980, André Mendes realçou que as pessoas se vão surpreender “com as coisas mais pequenas”, sendo Godflesh “tão importantes como qualquer outra banda do cartaz”.

No blogue do Amplificasom as descrições das bandas presentes no festival vão de “hardcore moderno e suado” (Rise and Fall) a “paisagens cinemáticas e jazzísticas” (Stearica), passando pelo “cheiro a deserto” (Sungrazer) numa “viagem ritualística” (Barn Owl).

“A música é isso mesmo: desde que gostes, os rótulos são completamente secundários”, disse André Mendes, acrescentando que se pode passar, perfeitamente, do “black metal” mais duro para uma audição de Bach, com uma certeza: “Não temos ali [no Amplifest] bandas a tocar só porque sim”.

Para este elemento do Amplificasom, as referências são de cariz internacional para um tipo de festival que nunca se fez em Portugal, dando como exemplos o festival de rock psicadélico Roadburn, na Holanda, ou o britânico All Tomorrow’s Parties, que, através da limitação dos bilhetes e da proximidade entre artistas e públicos procuraram reconstruir as relações de um ouvinte com a música ao vivo.

O Amplifest tem o número de bilhetes restringido a mil, com direito a um cartaz se adquirido numa loja de discos fora das grandes superfícies, oferta a pensar nos melómanos com o seu lado colecionador.

“As pessoas não fazem ideia do esforço que isto implica”, explicou André Mendes, que se confessou apaixonado pelo conceito do festival, garantindo que, a correr tudo bem este ano, um novo Amplifest para 2012 é uma certeza.

 

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