Cultura

Museu Regional de Beja passa a integrar rede de museus do Ministério da Cultura

O Museu Regional de Beja vai deixar de ser gerido pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) e passar a integrar a rede de museus do Ministério da Cultura, numa gestão partilhada com a câmara local.

“Esta é a situação ideal para que o museu seja valorizado como merece, assim como as suas coleções e peças únicas”, defendeu hoje à agência Lusa o presidente da CIMBAL, Jorge Rosa.

Segundo o responsável, que é também o presidente da Câmara de Mértola, a gestão do Museu Regional Rainha D. Leonor vai transitar da CIMBAL para o Ministério da Cultura, envolvendo uma parceria a estabelecer entre a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen) e a Câmara de Beja.

“A gestão partilhada vai permitir que o museu usufrua da ligação com o Ministério da Cultura, via direção regional, mas também da visão de proximidade que a Câmara de Beja, que tem a sua própria estratégia para a área cultural, irá aportar”, frisou.

A gestão do Museu Regional de Beja, também designado Museu Rainha D. Leonor, está a cargo da CIMBAL desde maio de 2015, quando a instituição recebeu aquela competência, o património e os funcionários da Assembleia Distrital de Beja.

Segundo a CIMBAL, em comunicado, no decurso do atual mandato “foram realizadas diversas diligências” com o objetivo de “encontrar a melhor solução para a gestão” do museu, “envolvendo as entidades competentes do Ministério da Cultura e a Câmara de Beja”.

“Como resultado das negociações efetuadas, foi assegurada a integração” da instituição “na rede de museus do Ministério da Cultura, consagrando o seu estatuto de museu regional”, disse a CIMBAL, no comunicado.

Tal foi possível, realçou a entidade, devido à aprovação pelo Conselho de Ministros, no dia 07 deste mês, do decreto-lei que aprovou o regime jurídico de autonomia de gestão dos museus, monumentos e palácios.

“O resultado das negociações em curso levou a que o Governo integrasse o nosso museu nesse diploma”, afirmou Jorge Rosa, defendendo ser um passo “muito positivo por diversas razões”.

Uma comunidade intermunicipal, criada, tal como as outras pelo país, para “gerir fundos comunitários”, assinalou, “não tem condições para gerir convenientemente um museu com a dimensão e a importância que este tem”.

“Por isso, decidimos fazer este caminho de transmissão da gestão para uma outra entidade que tivesse essas condições para o gerir melhor e colocá-lo ao serviço da região e para recuperar as suas coleções e peças únicas”, sustentou.

O decreto-lei que enquadra esta transmissão ainda vai ter que ser publicado em Diário da República e, depois, vão ter de ser assinados protocolos entre a CIMBAL e o Ministério da Cultura e, no que respeita à gestão partilhada, entre a DRCAlen e a câmara.

“A transmissão só deverá efetivar-se depois do final de abril”, admitiu, garantindo que, apesar desta mudança de gestão, a riqueza do museu vai permanecer em Beja.

“O museu nunca sairá da cidade e as suas coleções são pertença dos concelhos que compõem o distrito e também nunca vão sair daqui. Vai é ser possível trabalhar na sua valorização”, assegurou.

Instalado no Convento de N. Sra. da Conceição, propriedade do Estado, o museu tem um vasto e valioso acervo, que vai desde a pré-história até à atualidade, destacando-se as suas coleções de arqueologia, pintura, azulejaria, cerâmica, ourivesaria, escultura, numismática, metrologia e ferragens.

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