Cultura

Museu de Arte Antiga inaugura maior exposição de sempre sobre Álvaro Pires de Évora

A maior exposição de sempre dedicada ao pintor português do século XV Álvaro Pires de Évora que, com 85 obras, aborda o seu trabalho enquadrado na época, é inaugurada em 28 de novembro, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

A exposição intitula-se “Alvaro Pirez d’Évora. Um Pintor Português em Itália nas Vésperas do Renascimento”, e, segundo o sítio ‘online’ da Direção-geral do Património Cultural (DGPC), irá ficar patente até 15 de março de 2020.

Álvaro Pires é o mais antigo pintor nascido em Portugal, documentado na região da Toscana, em Itália, onde trabalhou entre 1410 e 1434.

A assinatura que deixou no retábulo da Igreja de Santa Croce de Fossabanda, próximo de Pisa, onde se diz oriundo de Évora, e uma curta referência do historiador Giorgio Vasari, de 1568, que o nomeava “Alvaro Piero di Portogallo”, comprovam a sua origem.

Da exposição farão parte pinturas conservadas em Portugal, entre elas a “Anunciação”, que pertenceu à coleção do chanceler alemão Konrad Adenauer, agora integrada na coleção do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), e ainda obras dos grandes pintores toscanos do seu tempo, num total de 85 peças.

A “Anunciação”, comprada pelo Estado português num leilão, em Nova Iorque, por cerca de 350 mil euros, em 2018, com a contribuição do Grupo dos Amigos do MNAA, faz parte de um díptico pintado pelo artista entre 1430 e 1434, e foi integrada na coleção do museu, que também acolhe em depósito “A Virgem e o Menino com dois Anjos”, têmpera sobre madeira com data estimada entre 1425 e 1430, proveniente da coleção de Maria Inês e João Soares da Silva.

De acordo com a DGPC, “Alvaro Pirez d’Évora. Um Pintor Português em Itália nas Vésperas do Renascimento” é a mais completa exposição realizada até hoje dedicada ao pintor, e tem por objetivo apresentar também o contexto cultural e artístico em que se desenvolveu a arte de Alvaro Pires d’Évora.

A mostra contará com empréstimos de grandes museus europeus, entre os quais se destacam a Gemaldegalerie (Berlim), o Musée du Petit Palais (Avignon), o Museo Nazionale di San Matteo (Pisa), a Pinacoteca Nazionale di Siena, a Galleria d’Arte Moderna (Milão), as Gallerie degli Uffizi (Florença) e ainda outras instituições museológicas e coleções privadas de referência, de Itália, França, Alemanha, Hungria e Polónia.

“A qualidade plástica e a importância histórica do pintor Alvaro Pirez d’Évora, de quem se conhecem pouco mais de 50 pinturas, artisticamente enquadradas na pintura centro-italiana da época, justificam a organização de uma grande exposição sobre a sua obra e a sua época”, indica um texto da DGPC.

Testemunho das intensas relações da área mediterrânica nos alvores do Renascimento, o pintor é considerado uma figura ímpar pioneira, e a exposição resulta de um projeto comum concebido pelo Museu Nacional de Arte Antiga e o Polo Museale della Toscana.

O comissariado é de Lorenzo Sbaraglio, do Polo Museale della Toscana, e de Joaquim Oliveira Caetano, diretor do Museu Nacional de Arte Antiga.

A exposição “Álvaro Pires de Évora: um pintor português na Itália do Quattrocento”, realizada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em 1994, pela antiga Comissão Nacional para os Descobrimentos Portugueses, foi a maior mostra até agora dedicada ao pintor.

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