O gigante económico que terminou o século XX a tentar libertar-se da recessão está, mais uma vez, em recessão. O PIB do Japão caiu 0,8 por cento entre julho e setembro, fazendo soar o alarme sobre a eficácia da ‘Abenomics’.

A ideologia ganhou o nome do seu criador, Shinzo Abe, o governante que em 2012 decidiu apostar numa política de grandes estímulos para ‘acordar’ a economia japonesa.

Só que, entre julho e Setembro, o PIB (a riqueza criada, num sentido lato) do Japão caiu 0,8 por cento face ao mesmo período do ano passado.

Quando tal ocorre pelo segundo trimestre consecutivo os economistas soltam os palavrões: recessão técnica.

No caso do Japão, o segundo trimestre deste ano teve um PIB que ficou 0,7 por cento abaixo do registado em igual período do ano passado.

Apesar da recessão (técnica), o Governo nipónico está tranquilo quanto à “recuperação moderada” em curso.

A única apreensão, segundo o ministro da Economia e Política Fiscal, Akira Amari, tem sido “o agravamento das economias externas”, o que terá contribuído para a queda de 1,8 por cento na procura privada.

Mas já há economistas a deixarem os avisos para o que aí vem, como Atsushi Takeda, citado pela Bloomberg: “Este relatório ilustra o risco crescente de que a economia japonesa irá continuar o seu desempenho dececionante. A fragilidade no investimento de capital está a tornar-se uma preocupação cada vez maior. Ainda que os planos sejam sólidos, as empresas simplesmente não mostram ter confiança na resiliência da economia interna e externa”.