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Mulheres idosas mais tempo internadas são vítimas de trauma com mais sequelas

Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias da Saúde, no Porto, e do Hospital Universitário do Algarve concluíram que as mulheres idosas que passam mais tempo no internamento hospitalar são as vítimas de trauma com mais sequelas e o “pior prognóstico”.

Em entrevista à agência Lusa, Cristina Granja, investigadora do Centro de Investigação em Tecnologias da Saúde (CINTESIS) explicou hoje que o estudo, recentemente publicado no jornal Brain Injury, teve como objetivo “desenvolver uma ferramenta” que permitisse determinar a influência de alguns fatores nos doentes vítimas de trauma.

“Nós sabemos que os doentes ficam com muitas sequelas pós-trauma e o trauma representa uma percentagem muito significativa de patologia que tratamos nos cuidados intensivos e hospitalares”, frisou a investigadora.

A partir de uma base de dados de 688 doentes vítimas de trauma, com idades entre os 13 e 100 anos, a equipa de investigadores analisou características como o sexo, idade, tipo de trauma, duração de internamento e qualidade de vida de 262 sobreviventes do Hospital de Santo António, no Porto, nos seis meses após o acidente.

Segundo Cristina Granja, a equipa, que desenvolveu uma “ferramenta” intitulada ‘Ghost’, concluiu que as mulheres, com idade mais avançada e que passaram mais tempo internadas no serviço hospitalar ou em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) são o grupo de doentes “mais desfavorecido” e com “pior prognóstico”.

Além deste grupo, a equipa de investigação concluiu também que “cerca de metade” dos sobreviventes ficaram com uma incapacidade marcada, com problemas cognitivos moderados e com baixa qualidade de vida.

À Lusa, a investigadora adiantou que apesar das medidas de prevenção de acidentes rodoviários e de trabalho serem “muito eficazes”, o “aumento das quedas” e, consequentemente dos traumas, está intimamente relacionado com o aumento da população envelhecida.

“O acidente acontecendo, aquilo que podemos implementar dentro das Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) ou nos hospitais são programas de reabilitação”, afirmou, adiantando ser fundamental “trazer estes doentes o mais cedo possível para a reabilitação”.

“Estas pessoas precisam de programas de reabilitação para serem reinseridas na sociedade”, concluiu.

Cristina Granja avançou ainda que o grupo iniciou em junho uma nova investigação e que está, neste momento, a “replicar” o modelo nas UCI e hospitais do Algarve.

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