As mulheres que desistem das carreiras fazem-no por culpa dos maridos e não dos filhos, conclui um estudo que avaliou um universo de 25 mil ex-alunos e ex-alunas da Harvard Business School. A leitora está surpreendida?
Os filhos impedem as mulheres de prosseguir a carreira? Não. A ‘culpa’ é dos homens.
Resume-se assim o estudo chamado ‘Life and Leadership after HBS [Vida e Liderança após Harvard Business School], que contou com uma análise a um universo de 25 mil ex-alunos e ex-alunas com idades entre 26 e os 47 anos.
Uma das autoras da pesquisa, Pamela Stone, professora de Sociologia da Hunter College de Nova Iorque (EUA), destaca alguns números para suportar esta teoria.
De acordo com o estudo, 75 por cento dos homens entrevistados revelaram que esperavam que, no futuro, as suas mulheres assumissem a responsabilidade de criar os filhos.
Por outro lado, 70 por cento dos homens consideraram que a sua carreira deveria ter prioridade sobre o percurso profissional da sua mulher.
O curioso é que 40 por cento das mulheres concordam com a tese de que a carreira do marido deve ser mesmo prioridade. E mais: metade das mulheres que estudou naquela universidade esperaria mesmo vir a largar o emprego para cuidar dos filhos.
Algumas ex-alunas revelaram que sentiram pressão dos maridos para abandonar o seu emprego.
As pressões sociais também pesaram, com o preconceito de que cabe à mulher ficar em casa.
A esmagadora maioria das mulheres admitiu que tomou a decisão de abandonar a carreira não para criar os filhos, mas para permitir que os maridos prosseguissem o percurso profissional.
O estudo chegou a outras conclusões mais óbvias. Os homens consideraram-se mais realizados com as suas carreiras profissionais. E 60 por cento disseram-se “extremamente satisfeitos”. Do total do universo, mais de 80 por cento eram casados.
Pamela Stone deixa uma mensagem para os casais mais jovens.
“Se estão a pensar criar um projeto de vida, devem conversar e discutir entre si quais são as pretensões profissionais e pessoais de ambos. É importante saber o que o outro pretende e respeitar essa vontade”, conclui.