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Muda a hora e às 17h30 já é noite. Deprimente?

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O ‘horário de inverno’ já vigora e às 17h30 já é noite. Sente-se deprimido? Mais deprimido se sentirá quando souber que esta diretiva europeia não faz o menor sentido e que há estudos que garantem que o ‘horário de verão’ traz benefícios para o ambiente e para a saúde.

Todos os anos, e duas vezes ao ano, repete-se o tique-taque: as mudanças de horário, do verão para o inverno e vice-versa. Mas por que motivo o fazemos?

No verão, parece não custar. Mas no inverno torna-se quase deprimente. Às 17h30 já é noite.

E será que estes avanços e recuos no relógio, de 60 minutos, fazem sentido? A questão ganha cada vez mais força e para encontrar a resposta é necessário viajar no tempo e encontrar as origens destes ajustes dos horários.

A viagem é longa e leva-nos até 1784, ano em que o político e inventor norte-americano Benjamin Franklin decide lançar a ideia de adaptar os hábitos diários para aproveitar melhor as horas de sol.

Nesses tempos, não havia luz elétrica e com dias mais longos poupar-se-iam as velas. Pouca gente deu relevância à ideia de Franklin.

Assinale-se, no entanto, que Franklin não sugeriu adiantar ou recuar o relógio: apenas uma mudança de hábitos, como acordar mais cedo no verão, porque nessa altura do ano o Sol nascia mais cedo. Nascia antes do despertar das populações, o que representava um desperdício, tendo em vista os gastos de velas dessas mesmas populações, que se mantinham acordadas já com o cair da noite.

Porém, o político pregou no deserto e a sua ideia nunca saiu do papel. Sim, esteve no papel, publicada até no Journal de Paris, num artigo intitulado ‘An Economical Project for Diminishing the Cost of Light’ [‘Um Projeto Económico para Diminuir os Custos da Luz’].

Avancemos no tempo, até depois de outras duas tentativas goradas de adotar um horário de verão, por parte de Hudson, em 1898, e de William Willett, em 1907. Refira-se que um jovem, chamado Winston Churchill (conhece?) apoiou a iniciativa.

Depois da I Guerra Mundial, em 1916, surge finalmente o “Daylight Savings Time” (DST), o chamado “horário de verão”, que consiste em adiantar os relógios uma hora, naquela estação do ano, precisamente para aumentar o tempo de luz do dia.

Em 1973, durante a crise do petróleo, o horário de verão foi recuperado e viria a transformar-se em diretiva europeia em 1981. Mas não é permanente e o horário de inverno volta a vigorar a partir de meados de outubro, em muitos países (e aqui sim, entramos na questão que não é consensual). Porque regressamos ao horário de inverno?

Há estudos que defendem a adoção permanente do horário de verão. Isto significaria que, nessa altura do ano, os relógios manter-se-iam inalteráveis e nunca mais seriam alterados.

Segundo os defensores da tese, os benefícios – no hemisfério norte, onde esses estudos foram realizados – sentir-se-iam na saúde e no meio ambiente.

No horário de inverno, a poluição aumenta e os resíduos energéticos são maiores. Mas não é tudo: durante a vigência do horário de verão, as pessoas sentem-se mais felizes.

Sente-se deprimido com esta mudança de hora? Tem motivos para tal.

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