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Moscovici entrega hoje em Roma carta a pedir clarificações sobre orçamento

O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, vai entregar hoje em Roma uma carta a pedir “clarificações” sobre a proposta de orçamento italiano para 2019, noticia a AFP.

A carta, refere a AFP citando fonte comunitária, será entregue em mão por Moscovici ao ministro das Finanças italiano, Giovanni Tria.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, admitiu hoje que o seu Governo espera “observações críticas” por parte da Comissão Europeia à sua proposta de orçamento para 2019, ainda que esteja cada vez mais convencido de que esta é “muito boa”.

“Esperamos observações críticas. Evidentemente, debateremos, sentar-nos-emos à mesa para explicar a proposta de orçamento e argumentar”, declarou à chegada para o segundo dia de Conselho Europeu, em Bruxelas.

O primeiro-ministro de Itália disse que, à medida que o tempo passa, está cada vez mais convencido de que o Orçamento do Estado italiano para 2019 é “muito bom”, apesar de não ser aquilo que a Comissão Europeia esperava.

Por seu lado, o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, reiterou que Itália terá que cumprir as regras orçamentais, tal como todos os outros países do euro e salientou a capacidade da União Europeia (UE) para resistir a crises.

“Temos procedimentos e regras, estamos todos comprometidos com o cumprimento das regras”, disse Centeno, à entrada para o Conselho Europeu, que hoje inclui uma cimeira da zona euro em formato inclusivo.

“Há diálogos construtivos a decorrer e a nossa função é a de produzir planos orçamentais de acordo com as regras e que reforcem a nossa moeda comum”, sublinhou o também ministro das Finanças português, lembrando que a questão do orçamento italiano não está na agenda dos trabalhos e será discutido “na altura devida”.

O executivo de coligação populista, que inclui o Movimento Cinco Estrelas (M5S) e a Liga, enviou na noite de segunda-feira a Bruxelas um plano orçamental em que prevê um défice de 2,4 por cento do PIB para 2019.

O “orçamento do povo”, como foi batizado pelo governo, inclui 37 mil milhões de euros de despesas extras e uma redução de impostos, o que elevará o défice a 22 mil milhões de euros.

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