Morte do jovem de Salvaterra: Mãe acusa arguido de mentir

Daniel Neves confessou em tribunal ter matado Filipe Diogo, de 14 anos, em Salvaterra de Magos, por causa de “negócios” no valor de 360 euros. A mãe da vítima, num depoimento emocionado, acusou o arguido de mentir ao revelar pistas falsas sobre o caso.

Foi num ambiente de consternação que arrancou, no Tribunal de Santarém, o julgamento de Daniel Neves, o jovem de 18 anos acusado de ter espancado até à morte Filipe Diogo, de 14 anos.

Na primeira audiência, Daniel Neves, que responde pelos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver, confessou ter matado o adolescente sem nunca ter tido essa intenção.

Por causa de “negócios”, que envolviam um valor de 360 euros alegadamente em dívida por parte de Filipe Diogo, Daniel Neves espancou a vítima com um tubo de ferro, no apartamento em Salvaterra de Magos onde se tinham encontrado.

O arguido deixou o local, de acordo com a versão que contou ao tribunal, sem se aperceber que o adolescente estava morto. Só quando voltou, horas mais tarde, é que constatou que Filipe Diogo não tinha sinais vitais.

“Entrei em pânico”, acrescentou Daniel Neves, que arrastou (ainda citando o próprio arguido) o cadáver até ao sótão do prédio, onde três dias mais tarde foi encontrado.

Daniel Neves alegou ainda ser bipolar e que, à data do crime, não estava a tomar a medicação pelo que se encontrava num estado “muito agressivo”.

Pistas falsas

A primeira audiência ficou também marcada pelo depoimento da mãe de Filipe Diogo, num registo muito emocionado.

Negando que o filho consumisse qualquer tipo de droga, como alegado pelo arguido, por uma outra testemunha e por um inspetor da Polícia Judiciária, a mãe da vítima acusou Daniel Neves de mentir, pois o arguido terá fornecido pistas falsas para levar a família a procurar o adolescente, supostamente raptado, em Samora Correia e em Vila Franca de Xira.