Nas Notícias

“Morri de forma lenta por falta de cuidados”. Doente escreve carta a criticar SNS antes de morrer

Numa altura em que são notícia os tempos de espera em várias unidades hospitalares do país, a CNN Portugal divulga excertos de uma carta vinculada a um doente oncológico que, antes de morrer, escreveu à Entidade Reguladora da Saúde a criticar os tempos de espera para receber tratamentos.

O doente, cuja doença foi diagnosticada em fevereiro de 2021, assume que viveu os últimos meses de vida que lhe restavam num estado de depressão por conta da falta de cuidados.

“Morri profundamente deprimido e de forma lenta por falta de cuidados”, cita a CNN Portugal, referindo que este doente tinha sido diagnosticado com cancro nos intestinos e num rim.

Só que seis meses de espera por uma cirurgia acabaram por se revelar longos para o doente que não resistiu ao avanço da doença e morreu a 3 de setembro de 2021.

Após o diagnóstico da doença, o doente ainda foi encaminhado para uma unidade privada no norte do país para ser submetido a uma cirurgia com um vale de autorização do sistema nacional de saúde.

Porém, segundo relata a CNN Portugal, a unidade hospitalar acabou por não conseguir operar o doente, que acabou por morrer.

Agora, a Entidade Reguladora da Saúde está a investigar o caso.

De resto, os tempos de espera por tratamentos têm estado na ordem do dia, com imagens frequentes de pessoas em macas, ambulâncias paradas e longas filas de espera para quem precisa de auxílio médico.

A este respeito, no seu relatório mais recente a respeito da monitorização de tempos de espera no Serviço Nacional de Saúde são apontados “aumentos muito significativos no número de utentes em lista de espera para primeira consulta hospitalar”.

Tempos de espera aumentam

A Entidade Reguladora da Saúde mostra-se preocupada com os tempos de espera e nota que os doentes estão com tempos de espera maiores em relação a 2021, se se levar em conta os primeiros seis meses de cada ano.

Este cenário, diz o regulador, verifica-se em “cirurgias cardíacas e oncológicas”, notando-se também “um aumento do número de utentes em lista de espera para cirurgia transversal a todas as áreas analisadas, face ao primeiro semestre de 2021”.

Em destaque

Subir