Cultura

Morreu o cenógrafo Mário Alberto, fundador de ‘A Barraca’

mario_albertoO cenógrafo Mário Alberto, fundador de ‘A Barraca’, faleceu hoje, aos 86 anos. O funeral realiza-se na quarta-feira, às 15h30, para o cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

Mário Alberto foi cofundador do Teatro Adoque e do grupo de teatro A Barraca. Pintor, cenógrafo, figurinista, profissional de teatro, cinema e televisão, Mário Alberto nasceu no Lubango (ex-Sá da Bandeira), em Angola, a 20 de julho de 1925, e cresceu no Alentejo.

Discípulo de Yves Brayer e Henri Goetz, na Academia de La Grand Chaumiére, onde se inscreveu, em 1957, por conselho da pintora Vieira da Silva, expôs pela primeira vez na Galeria de Raymond Duncan no final da década de 1950.

A sua estada em Paris foi financiada pela atriz Beatriz Costa, como revelou o próprio em várias entrevistas. Mário Alberto foi um dos principais responsáveis pela renovação da “Revista à Portuguesa” iniciada com “O Fim da Macacada”, no Teatro ABC.

Integrou centenas de revistas dos teatros de Lisboa, de todo o país e no estrangeiro, assinando os figurinos, os cenários, tendo sido igualmente co-autor de textos e diretor de montagem.

Foi professor de Cenografia, na Companhia de Teatro de Almada e na Escola de Circo – Secção de Teatro. Dirigiu a cenografia de “Tem a Palavra a Revista”, que estreou no Maria Vitória no ano 2000, com cenários de António Casimiro, Avelino do Carmo, Eduardo Cruzeiro, Jorge Rosa, Juan Soutullo, Luís Furtado, Mário Alberto, Moniz Ribeiro e Octávio Clérigo.

Mário Alberto recebeu o Prémio de Cenografia da Casa da Imprensa em 1957, e o Prémio de Cenografia da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro pela cinematografia da adaptação dramática de “Valente soldado Schveik”, do escritor checo Jiri Hájek.

Em 1990, foi homenageado no Festival de Teatro de Almada, e em 2008 no Teatro Nacional D. Maria II, por iniciativa de A Barraca e da Câmara de Lisboa, sendo essa uma das últimas vezes em que apareceu em público.

Mário Alberto está representado no acervo do Museu do Teatro, em Lisboa, e em diversas coleções nacionais e estrangeiras.

Em destaque

Subir