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Morreu Mário Soares, um símbolo da Liberdade

Morreu Mário Soares, aos 92 anos, vítima de um agravamento do estado de saúde já débil, em virtude da idade avançada. O antigo chefe de Estado resistiu até este sábado. Não era uma personalidade de consensos, porque sempre foi um político que se assumiu como tal. Porém, deixa o seu nome na história da Democracia portuguesa.

Terminou a luta de Mário Soares, um dos símbolos da Liberdade, conquistada com o 25 de Abril de 1974.

O antigo chefe de Estado perdeu a vida, neste sábado, depois de ser internado na madrugada de 13 de dezembro, no Hospital da Cruz Vermelha, bastante fragilizado e em perda de consciência.

O estado de saúde do histórico socialista era muito débil e agravou-se nas horas posteriores.

Depois de sucessivas melhorias, que levaram a que deixasse a unidade de cuidados intensivos, Soares sofreu um agravamento de saúde súbito, que o deixou em estado crítico, no dia 24 de dezembro.

Não resistiu e acabou por falecer, neste sábado.

Mário Soares licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1951, e em Direito, na Faculdade de Direito da mesma universidade, em 1957.

O seu interesse pela política nasce nos tempos de estudante, quando cria um movimento antifascista, juntamente com o pai, nos tempos da ditadura. Esteve preso e casou na prisão, com Maria Barroso. Mais tarde, esteve exilado em Paris.

Regressa a Portugal a 28 de abril de 1974, três dias depois da Revolução dos Cravos. E dois dias depois, esteve presente na chegada a Lisboa de Álvaro Cunhal, numa imagem histórica, de duas personalidades de diferentes quadrantes políticos, unidas pela mesma causa: a Liberdade.

Mario_Soares_9Durante o PREC, Mário Soares foi o principal líder civil do campo democrático, tendo conduzido o Partido Socialista à vitória nas eleições para a Assembleia Constituinte de 1975.

Soares foi ainda ministro dos Negócios Estrangeiros e um dos impulsionadores da independência das colónias portuguesas, participando ativamente nesse processo.

A partir de 1977, colabora no processo de adesão de Portugal à então CEE (hoje, União Europeia), subscrevendo, como primeiro-ministro de Portugal, o Tratado de Adesão, em 12 de julho de 1985.

Além de primeiro-ministro foi Presidente da República, entre 1986 e 1996, e também deputado ao Parlamento Europeu, entre 1999 e 2004. Candidata-se novamente à presidência da República, mas é derrotado.

Desde então, passou a ser uma voz crítica ao governo liderado por Passos Coelho. Apesar de debilitado pela idade, dedicou o seu tempo à atividade cívica.

Morre semanas depois de completar o 92.º aniversário.

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