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Morre uma das gémeas siamesas que partilhavam coração e fígado

Uma das duas gémeas siamesas angolanas que partilhavam o mesmo coração e fígado, nascidas há uma semana em Luanda, morreu hoje, no hospital, sendo o prognóstico dos médicos para a irmã, ainda unida pelo tórax, muito reservado.

O óbito foi confirmado pela agência Lusa no Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, onde as duas gémeas, um dos raros casos do género, permanecem na incubadora.

Este era um desfecho já previsto pelos médicos, que na última semana verificaram, através de exames imagiológicos, a inviabilidade da realização da separação cirúrgica das meninas.

“É uma situação clínica que é sobejamente conhecida como complicada (…). Logo à partida colocava a inviabilidade da separação, compartilhavam o coração e o fígado, tudo o resto era esperar”, explicou à Lusa a diretora clínica do hospital pediátrico, Margarida Correia.

A recém-nascida morreu de paragem cardiorrespiratória às primeiras horas da manhã de hoje.

Além das duas gémeas siamesas, uma terceira gémea nasceu no mesmo parto, por cesariana, a 02 de abril, na maternidade Augusto Ngangula, também na capital angolana, onde permanece internada, sem problemas de saúde.

Sobre a gémea siamesa ainda viva, que permanece na incubadora, os médicos não adiantam cenários positivos, dada a impossibilidade de separação.

“Infelizmente a situação é esta. Que desfecho? As toxinas começarem a circular pelo organismo da outra e esperarmos aquele desfecho que ninguém gosta de ter. Mas, tudo isto é superior à nossa vontade e aos esforços que foram feitos”, acrescentou a diretora clínica.

Apesar das dificuldades do setor da Saúde em Angola, o hospital garante que tudo o que era possível para salvar as gémeas siamesas “foi feito”.

“Infelizmente não vão conseguir viver além destes dias que lhes foram proporcionados pela natureza”, desabafou Margarida Correia.

Um desfecho que também já era esperado pelo pai das meninas, Panzo Afonso, de 34 anos: “É duro, é mesmo doloroso”.

Em declarações à Lusa, este militar do Exército angolano confessou a surpresa provocada pelo nascimento das siamesas, que não chegaram a receber nome.

“Nunca tive a noção que existia [gémeas siamesas]”, aponta, enaltecendo o apoio médico prestado naquele hospital público de referência na capital angolana.

“Encontrei uma equipa profissional (…) Tivemos boa assistência, bons cuidados”, assume.

A mãe das gémeas siamesas, Maria Tomé, de 28 anos, permanece internada na maternidade Augusto Ngangula, em recuperação.

Lusa

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Lusa

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