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Morre Anthímio de Azevedo, o ‘senhor Meteorologia’

anthimio azevedo Anthímio de Azevedo, o nome maior da meteorologia portuguesa, morreu nesta segunda-feira, aos 88 anos de idade. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu uma nota, onde revela que a morte de Anthímio Azevedo “deixa a Meteorologia nacional de luto”.

Era um comunicador por excelência, um especialista na sua área e o rosto dos grandes blocos televisivos sobre esta ciência, no tempo que a meteorologia não era apenas apresentada como ‘rodapé’ de um telejornal.

Anthímio Azevedo morreu hoje, aos 88 anos, segundo adianta uma nota do IPMA, publicada hoje no site daquele instituto.

“Faleceu hoje Anthímio José de Azevedo, um dos maiores profissionais portugueses de meteorologia e grande divulgador da meteorologia e da física do clima. O desaparecimento de Anthímio de Azevedo deixa a meteorologia nacional de luto, e em especial o Instituto Português do Mar e da Atmosfera onde desenvolveu uma grande parte da sua atividade profissional, e onde foi um dirigente relevante”, pode ler-se.

O IPMA publica ainda uma nota biográfica, onde é resumido todo o seu percurso:

“Anthímio de Azevedo nasceu em Ponta Delgada, São Miguel, a 27 de abril de 1926. Frequentou o Liceu Antero de Quental e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde se formou em Ciências Geofísicas.

Meteorologista de profissão, tornou-se um dos rostos mais conhecidos da televisão, tendo dado a cara pela meteorologia portuguesa na televisão pública desde 1 de Novembro de 1964 a 1967, de 1971 a 1977, e de 1981 a 1990, altura em que este serviço foi interrompido pela primeira vez, apesar dos protestos dos espectadores.

Teve um extenso percurso profissional no Serviço Meterorológico Nacional e no Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, predecessores do atual Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

Foi diretor do Serviço Meteorológico da Guiné de 1967 a 1971 e de 1976 a 1977, neste período como perito da Organização Meteorológica Mundial, tendo coordenado a organização do novo Serviço Nacional e a formação dos seus quadros.

Anthímio Azevedo ainda Delegado Nacional ao Grupo de Códigos da Organização Meteorológica Mundial (1975-1990) e ao Grupo de Meteorologia do Comité Militar da OTAN (1986-1992). O último cargo institucional foi o de diretor do Serviço Regional dos Açores, na sua terra de nascimento e de coração.

Ao longo da sua atividade profissional acompanha a modernização da meteorologia moderna, transformada numa atividade essencialmente assente em observação da Terra, modelação numérica e análise.

Após a aposentação do serviço público manteve intensa atividade de divulgação da previsão meteorológica, em particular na TVI entre 1992 e 1996.

Dedicou-se à escrita e tradução de livros científicos, com foco na meteorologia e climatologia e interesse particular pela ciclogénese, os fenómenos de tempo adverso e a mudança climática.

Participou em inúmeras palestras, entrevistas e ações de divulgação, sempre disponível. Anthímio de Azevedo foi durante toda a vida um apaixonado pela Meteorologia, um grande comunicador e um grande profissional”.

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