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Morfina made in Beja: Câmara propõe “memorando de entendimento” a empresa escocesa

morfinax210morfina papoilasAs papoilas do Alentejo poderão ser transformadas em morfina com a instalação, em Beja, de uma fábrica da empresa Macfarlan Smith. A autarquia assume a intenção de “atrair a instalação da fábrica” e propôs um “memorando de entendimento” com os “princípios de colaboração”.

A Câmara de Beja quer que a empresa escocesa Macfarlan Smith deixe de ter apenas um escritório na cidade e passe a ter uma fábrica de produção de morfina. Foi o próprio presidente da autarquia, Jorge Pulido Valente, quem confirmou à Lusa a apresentação de um “memorando de entendimento” que permita à farmacêutica expandir a atividade no Alentejo.

“Queremos atrair a instalação da fábrica e estamos a criar as melhores condições possíveis para que Beja seja a zona escolhida para o investimento”, garantiu o autarca, lembrando que “a empresa já tem um escritório em Beja e está à procura de um espaço para instalar uma unidade agroindustrial”.

Essa unidade servirá para produção de morfina para fins medicinais, aproveitando os recursos da plantação de papoila que a Macfarlan Smith desenvolve através de agricultores de vários concelhos da área de influência do Alqueva. A fábrica “irá permitir criar postos de trabalho e gerar riqueza e dinâmica empresarial”, quer através da separação e armazenamento das sementes, quer através da extração da morfina.

“O objetivo principal do memorando, se vier a ser assinado, é levar e apoiar a Macfarlan Smith a instalar a fábrica, em definitivo, na zona de Beja”, reforçou Pulido Valente, adiantando que o município “tem vindo a ajudar a empresa a encontrar o espaço mais adequado” para a desejada unidade agroindustrial.

O memorando prevê que a autarquia e a empresa “estabeleçam princípios de colaboração para viabilizar a instalação” da fábrica, complementou o autarca.

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), através de uma fonte que a Lusa não identifica, salienta que o projeto de plantação de papoila no Alentejo por parte da Macfarlan Smith decorre dos “resultados positivos das experiências desenvolvidas” nos últimos três anos, “supervisionadas” pelo Ministério da Agricultura.

O projeto, licenciado pelo Infarmed e que decorre de um memorando assinado entre a AICEP e a Macfarlan Smith, prevê o cultivo de 4000 hectares de papoila em três anos e, dependendo do sucesso da colheita deste ano, a instalação de uma unidade agroindustrial no Alentejo que possa “complementar operações” da Macfarlan Smith no Reino Unido, assegurando “a necessária capacidade de fornecimento de matéria-prima” à unidade industrial existente em Edimburgo, na Escócia.

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