Economia

Moody’s estima défice de 0,6 por cento para este ano, acima do previsto pelo Governo

A agência de notação Moody’s prevê que o défice para este ano seja de perto de 0,6 por cento do PIB, um valor acima dos 0,2 por cento previstos pelo Governo, num ambiente de desaceleração económica.

Numa nota enviada às redações, a Moody’s, que manteve na semana passada a dívida pública portuguesa com uma nota de ‘Baa3’ e uma perspetiva estável, concluiu que as estimativas do Orçamento do Estado “incluem poucas medidas fiscais quantificáveis quer do lado da receita quer da despesa”.

Por isso, a agência espera que o crescimento tenha um ritmo menos elevado, com implicações nas receitas fiscais e nas contribuições à Segurança Social, além de existir alguma pressão em termos de despesas correntes, por causa dos salários da função pública.

Ainda assim, a Moody’s espera que “a performance fiscal de Portugal se mantenha prudente ao longo dos próximos anos”, continuando a beneficiar das taxas de juros baixas.

A agência alertou para a desaceleração na economia nacional, sobretudo devido a uma redução na procura externa e um abrandamento no turismo. “De 2,8 por cento em 2017, o crescimento foi mais moderado no ano passado, com 2,1 por cento”, referiu a Moody’s, apontando para um comportamento menos positivo das exportações.

“Esperamos que o crescimento seja mais moderado em 2019, com 1,7 por cento”, adiantou a agência, que prevê um arrefecimento maior em 2020, com 1,5 por cento de crescimento económico.

A empresa continua preocupada com o nível de endividamento externo português e explicou mesmo que haveria “uma pressão positiva” no ‘rating’ nacional caso “as melhorias sustentadas económicas e fiscais fossem suficientes para apoiar uma aceleração no declínio do endividamento”.

A dívida pública, calcula a Moody’s, deverá manter-se em 118 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, “muito acima dos pares com ‘rating’ semelhante, o que limita a capacidade fiscal disponível do país para aguentar futuros choques”.

Ainda assim, a agência reconhece que a economia portuguesa está mais robusta, diversificada e conta com instituições fortes e reformas estruturais.

Um setor bancário “fraco” também suscita dúvidas à agência, mas o processo de reestruturação que tem sido levado a cabo levou a algum progresso e hoje esta área apresenta “menores riscos” para a economia.

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