Economia

Moody’s diz que recuo da TSU é “revés” para Governo e sinal de força dos cidadãos

agencias notacaoA decisão do Governo em recuar na aplicação da TSU, que previa maior contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social, representa “o mais sério revés” do executivo de Passos Coelho. Aquela agência de rating considera que a oposição sai reforçada, ao mesmo tempo que os cidadãos percebem que as manifestações dão resultado.

O Governo foi criticado por avançar com a Taxa Social Única, Pedro Passos Coelho optou pelo recuo nas mexidas das contribuições para a Segurança Social e ouve agora críticas da Moody’s, agência de rating que nota um sinal de fraqueza nesta decisão do executivo.

Segundo aquela agência, ao ceder perante a pressão, o Governo coloca Portugal em maus lençóis, no que diz respeito à classificação de risco. Kristin Lindow e Pamela Reyes Herrera emitiram um parecer, divulgado pelo Jornal de Negócios.

“Esta reviravolta no programa de Portugal é o mais sério revés do Governo, até ao momento”, realçam as analistas da Moody’s, que salientam que, “na sua generalidade”, o caminho de Portugal tem sido de “cumprimento das metas definidas pela troika”, no âmbito do plano de resgate a Portugal.

No entanto, ao decidir suspender a medida da TSU, o executivo de Passos Coelho dá um sinal de fraqueza perante pressões exteriores, fortalecendo a oposição e transmitindo aos cidadãos a mensagem de que as manifestações interferem na aplicação ou não de um programa do Governo. Assim, defende a Moody’s, a classificação de risco de Portugal piora.

Este comunicado da Moody’s que o Jornal de Negócios divulga é a ‘estocada’ final num mês de setembro negro para o executivo de Pedro Passos Coelho. A 7 de setembro, o primeiro-ministro comunicou ao país que o Governo decidiu aumentar as contribuições dos trabalhadores, de 11 para 18 por cento, o que representava uma perda de rendimentos proveniente do salário.

Um movimento de contestação espontâneo foi suscitado após as palavras de Passos, o que levou a uma das maiores manifestações de sempre em Portugal. As empresas, por seu turno, passaria a pagar uma taxa mais baixa, de 18 por cento, em vez de 23,5 por cento. No entanto, nem os empresários concordaram com a medida.

Perante críticas de todos os quadrantes, o Governo optou por meter a TSU na gaveta, medida substituída pela mexida no IRS. A agência Moody’s considera que este sinal de fraqueza do Governo é prejudicial para a classificação do risco de Portugal.

O aumento do risco, nos mercados, é prejudicial para a venda de títulos de dívida, da qual Portugal necessita. A Moody’s classifica o risco de Portugal em ‘Ba3’ e pode alterar esta classificação.

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