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Montenegro abandona grupo parlamentar do PSD e exige vitória em 2019

O ex-líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, subiu ao palco do congresso do partido, em Lisboa, para deixar um recado a Rui Rio e anunciar que irá deixar o Parlamento em abril.

Num discurso longo e desafiador, Luís Montenegro deixou uma exigência ao novo presidente do PSD, Rui Rio, sublinhando que “neste congresso arrancamos para vencer as terceiras eleições legislativas consecutivas em Portugal”.

O ex-líder parlamentar confessou que agora não foi tempo de avançar para a liderança do partido, mas que não se inibirá de o fazer no futuro.

“Desta vez decidi dizer ‘não’. Se algum dia decidir dizer sim, não vou pedir licença a ninguém”, referiu. “Reprovo todas as provocações e insinuações que me fizeram nas últimas semanas”.

Luís Montenegro sublinhou que não vai fazer parte da oposição de Rio, mas aproveitou a oportunidade para deixar um recado a quem o acusou de calculismo.

“Essas provocações podem fazer ricochete a quem as fez. Não fui eu que esperei 10 anos para me candidatar. Não fui eu que estive à espera, entre desejos alterantes de ser primeiro-ministro e presidente da República”, assumiu, numa clara alusão às ameaças de Rio em candidaturas que não chegaram a acontecer.

“Se quiserem dar-me o selo de calculismo, podem dar. Mas há aí alguém que tem a caderneta cheia e que deve ter mais selos do que eu”, frisou.

Diretamente para Rio, o ex-líder parlamentar do PSD referiu que cobra “esses juízos de intenções e aplique a si próprio o que pede aos outros: não faça do PSD um grupo de amigos de Rui Rio ou uma agremiação de interesses”. “Eu sei que se vai afastar da intrigalhada e da mesquize política”.

Montenegro considera que o país está mais “esquerdizado” que nunca e que, por isso, o PSD deve trabalhar para ganhar as legislativas de 2019.

“Mais do que lhe cobrar vitórias, quero-lhe cobrar ambição, arrojo, tenacidade para um projeto mobilizador para Portugal”, assumiu. “Eu não sou, não quero e não vou ser oposição interna a Rui Rio. Eu sou e vou continuar a ser oposição a Antonio Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa”, rematou.

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