A moeda angolana apreciou-se hoje pela segunda vez consecutiva face à europeia, depois de, na sexta-feira, ter atingido o pico de 354,726 kwanzas/euro e, segunda-feira, melhorado para 352,084 kwanzas/euro, transacionando-se hoje nos 350,182 kwanzas/euro.
Segundo informações do Banco Nacional de Angola (BNA), em relação à moeda norte-americana, a angolana depreciou-se ligeiramente, passando dos 310,425 kwanzas/dólar de segunda-feira para 310,693 kwanzas/dólar hoje.
Trata-se da quarta vez, não consecutiva, que o kwanza se aprecia frente ao euro e ao dólar em duas semanas, embora a moeda angolana já se tenha depreciado desde janeiro deste ano 47,05 por cento face à europeia (valia 185,40 kwanzas) e 46,59 por cento em relação ao dólar (165,92 kwanzas).
No mercado paralelo, a moeda europeia está a transacionar-se entre os 440 e 460 kwanzas/euro e a norte-americana entre os 380 e 400 kwanzas/dólar.
Acabadas as sessões de venda trissemanais de divisas em leilão aos bancos comerciais, iniciadas a 09 de janeiro último, o BNA está desde 01 deste mês a proceder a operações diárias, tendo indicado que, em novembro, pretende colocar no mercado primário 850 milhões de dólares (732,75 milhões de euros).
Antes, em setembro, o BNA anunciou que, a partir de 01 de outubro, deixaria de proceder à venda direta de divisas, pelo que as solicitações de compra de moeda estrangeira voltaram a ser unicamente apresentadas aos bancos comerciais autorizados.
Na ocasião, o BNA referiu ter, no âmbito da normalização do funcionamento do mercado cambial, retomado a venda de moeda estrangeira nos leilões de divisas sem indicação específica das operações ou importadores para os quais os fundos devem ser vendidos pelos bancos comerciais.
Segundo o BNA, o sistema ajustado de vendas diretas permitiu que o banco central angolano tivesse um entendimento mais preciso da metodologia necessária para a proteção das reservas internacionais e emitisse regulamentação e orientações aos bancos comerciais adaptados a esse objetivo.
Com esse sistema, o BNA assegurou ainda a alocação imparcial das divisas no pagamento dos atrasados e a atenuação das perceções negativas dos clientes sobre os critérios de seleção dos beneficiários aplicados pelos bancos comerciais.
O BNA entende agora que, após o período de maior intervenção, com o mercado cambial atualmente mais bem regulamentado e com maior regularidade na oferta de moeda estrangeira, estavam criadas as condições para que sejam novamente os bancos comerciais a realizarem a alocação de moeda estrangeira aos seus clientes.
No exercício das suas responsabilidades de supervisor e de autoridade cambial, o BNA comprometeu-se a trabalhar junto das instituições financeiras para que esta transição seja bem-sucedida e ocorra sem quaisquer impactos negativos na atividade económica do país.
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