Chumbadas quatro moções de censura, o Governo enfrenta hoje a quinta. O Partido Ecologista Os Verdes era o único que ainda podia recorrer a esta ferramenta regimental, mas a proposta terá o mesmo destino das apresentadas por PS, PCP e Bloco: o chumbo pela maioria PSD/CDS.

O Governo enfrenta e vai chumbar, hoje, uma moção de censura. Não é novidade para o executivo de Pedro Passos Coelho: a maioria PSD/CDS já chumbou quatro propostas semelhantes, três delas na atual sessão legislativa.

Essas três tinham sido apresentadas pelos maiores partidos da oposição, PS, PCP e Bloco de Esquerda, mas ainda restava um partido com possibilidade de apresentar uma moção de censura: o Partido Ecologista Os Verdes (PEV). O prognóstico pode ser avançado ‘antes do jogo’: PS, PCP e BE já declararam que vão votar a favor, mas a maioria formada por PSD e CDS vai chumbar a moção.

A principal novidade desta moção de censura, a quinta ao Governo de Passos Coelho, é a altura em que ocorre. O PS, que apresentou uma moção de censura há dois meses, está a negociar com PSD e CDS um “compromisso de salvação nacional”, como pedido por Belém. Carlos Zorrinho, líder parlamentar socialista, garante que não há qualquer contradição entre negociar com PSD e CDS e votar a favor da queda de um Governo formado por PSD e CDS.

Já o executivo censurado considera a iniciativa “muito bem-vinda”, como defendeu o primeiro-ministro quando o PEV anunciou a moção, na sexta-feira. “A senhora saberá que este Governo tem uma maioria coesa no Parlamento a apoiá-lo”, acrescentou Passos Coelho.

A moção será apresentada às 15h00 e, segundo o texto, tem por objetivo “trocar o memorando da troika pela renegociação” da dívida pública, “fundamental” para se encontrar “uma forma de pagamento que não se incompatibilize com o crescimento económico do país, e que, pelo contrário, tenha nele o parâmetro adequado de nivelação de pagamento”.