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Ministro recebido com barricadas de protesto em freguesias da Covilhã

nuno cratobarricados nas juntasO ministro da Educação visita esta tarde a Covilhã, onde dez freguesias encerraram as juntas. Os presidentes barricaram-se no interior para protestar contra o encerramento de escolas na região. “O interior não vai continuar a permitir este flagelo”, alertam os autarcas barricados.

As juntas de freguesia estão encerradas esta tarde, na Covilhã, enquanto durar a visita do ministro da Educação, Nuno Crato, à Universidade da Beira Interior (UBI).

Em pelo menos dez freguesias, os presidentes da junta barricaram-se no interior das mesmas, como protesto contra o anunciado encerramento de escolas do ensino básico na região.

“Temos estado a confirmar com todos os presidentes e, efetivamente, as juntas não estão a prestar serviços”, salientou Pedro Leitão, presidente da União de Freguesias de Cantar Galo e Vila do Carvalho, explicando a “única exceção” admitida: “prende-se com as juntas que têm lá a funcionar as extensões de saúde e que dão uma resposta a problemas inadiáveis, tendo, por esse motivo, aberto a porta, sem, contudo, estarem a prestar outros serviços”.

Pedro Leitão, que representa os restantes autarcas envolvidos neste protesto, salientou que a iniciativa das barricadas partiu das “10 localidades que têm escolas com menos de 21 alunos”. “Todos os eleitos das restantes juntas estão solidários e aderiram imediatamente”, reforçou.

As sedes das juntas exibem faixas negras onde se lê “fechado no interior”, uma dupla referência à condição dos autarcas barricados e, em especial, ao encerramento de escolas do ensino básico no interior de Portugal.

O porta-voz admitiu ainda a “forte probabilidade” dos autarcas protestarem “de forma democrática junto da UBI”, aproveitando a visita do ministro a esta instituição.

“Temos de lhes dizer que chega. Basta. O interior, a população do interior e os eleitos do interior não vão continuar a permitir este flagelo. Estamos preparados para a luta e se o Governo quer avançar com os encerramentos, então nós começamos já, mas para lhes mostrar que não ficaremos de braços cruzados. É por isso que hoje nos barricamos dentro de cada junta”, afirmou.

No entender dos dez autarcas, o encerramento das escolas será um primeiro passo para o fim de mais serviços públicos no interior. É esse “receio generalizado” que levou à união de presidentes de junta eleitos por diferentes forças partidárias e movimentos.

“Hoje são as escolas, amanhã serão as extensões e centros de saúde e depois os postos de correio e tudo o que ainda estiver a funcionar, o que dizimará por completo as populações do interior”, reforçou.

Eleito pelo PS, Pedro Leitão apelou à imediata “demissão do ministro e do Governo”.

Na Covilhã, há dez estabelecimentos de ensino, entre jardins de infância e escolas de primeiro ciclo, em risco de encerrar nas localidades de Barco, Cortes do Meio, Coutada, Erada, Orjais, Ourondo, Paul, S. Jorge da Beira, Vila do Carvalho e Verdelhos.

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