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Ministro dos Petróleos angolano diz que há alguma incompreensão sobre privatizações na Sonangol

O ministro dos Recursos Minerais e Petróleos de Angola disse hoje sentir “alguma incompreensão” quanto à saída da Sonangol de empresas em que tinha participações e garantiu que o objetivo é colocar a petrolífera ao nível de outras “grandes operadoras de petróleo”.

“Nós temos dito que a Sonangol deve se concentrar no seu ‘core business’, que é o petróleo, os hidrocarbonetos, às vezes sentimos alguma incompreensão nesse sentido”, referiu o ministro Diamantino de Azevedo, intervindo no encerramento do ato de apresentação técnica do projeto de construção da Refinaria do Soyo, na província angolana do Zaire, no norte do país, que deverá ficar concluída em 2023, com uma capacidade de processamento diária de 100 mil barris de petróleo bruto.

Segundo o governante, a mudança de paradigma tem que começar “com a mudança de mentalidade e o receio é entendível”.

“Quando falamos que queremos uma Sonangol forte, mas dedicada ao petróleo, às vezes, somos incompreendidos, que queremos acabar com a Sonangol, não! Queremos ter uma verdadeira empresa operadora de petróleo, que possa situar-se ao nível das outras grandes empresas operadoras de petróleo que existem no mundo”, disse.

O titular da pasta dos Recursos Minerais e Petróleos de Angola afirmou que têm estado a ser atribuídas concessões à Sonangol, utilizando-se inclusive critérios legais, que estabelecem a adjudicação direta de concessões, “para que ela se sinta motivada a operar”.

O governante angolano frisou que está a ser feito o trabalho para que a Sonangol esteja em quase todos os blocos em operação no país..

“Estamos a fazer com que a Sonangol faça parte desses projetos de refinação, daí o termos reservado essa percentagem” (10 por cento) para a Sonangol, na refinaria do Soyo, de Cabinda.

Segundo o ministro, a Sonangol está a dirigir o processo da refinaria do Soyo de que fará parte, também o processo de requalificação da Refinaria de Luanda está a ser dirigido pela Sonangol”.

A título de exemplo, Diamantino de Azevedo disse que recentemente nos acordos acertados com a ENI, para os blocos 1/14 e 15/06, foi dito à petrolífera italiana que como operadores terão de ter um acordo com a Sonangol, para que depois a empresa angolana passe a ser a operadora, “e isso foi aceite”.

“Mas todas as empresas que não pertencem ao ‘core business’ da Sonangol, quase todas elas, com raras exceções, que não são rentáveis, e são quase todas elas, a Sonangol irá retirar-se”, reiterou Diamantino de Azevedo.

“Porque o dinheiro do Estado, de uma empresa do Estado, é para ser usado com eficiência, com racionalidade, a empresa terá que produzir lucro, para que o acionista possa com esse lucro investir em projetos sociais, de saúde, de infraestrutura, de educação”, salientou.

O ministro disse que o Estado só pode “subvencionar aqueles que precisam e não empresas do Estado que não são rentáveis”.

“É isto que tenho estado a transmitir. É um processo difícil para todos nós, mas só se tivermos todos empenhados e em conjunto poderemos alterar, melhorar a situação económica do nosso país, e no fim, o que o executivo pretende é a melhoria da qualidade de vida do nosso povo”, sublinhou.

A Sonangol foi durante muitos anos como concessionária, mas a nova orientação é para que se transforme “numa verdadeira empresa operadora” ao longo de toda a cadeia de petróleo – exploração, desenvolvimento, produção, refinação, armazenamento e distribuição.

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