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Ministro do Ambiente diz que caudais do Tejo vão recuperar ainda este ano

O ministro do Ambiente disse hoje que o compromisso espanhol é que, em meados de dezembro, a barragem de Cedilho, no Tejo, “já terá uma quantidade de água” que permitirá o cumprimento da Convenção de Albufeira “sem qualquer sobressalto”.

“O compromisso do lado espanhol foi que, nas transferências que já está a fazer e com a expectativa de chuva que já tem caído e sobretudo que vai cair com mais intensidade a partir da próxima semana, assim dizem as projeções meteorológicas, em meados de dezembro Cedilho já terá uma quantidade de água que fará com que a Convenção de Albufeira seja cumprida sem qualquer sobressalto a partir daí”, afirmou João Pedro Matos Fernandes.

No início desta semana, o ministro do Ambiente e Ação Climática português disse aos jornalistas que esperava ter uma resposta de Espanha ao longo da semana sobre as “negociações pensadas no longo prazo”, para haver “maior regularidade” no caudal do rio Tejo.

O governante, que falava hoje em Vila Real, referiu que a “resposta veio” numa reunião que aconteceu na quinta-feira entre o embaixador de Portugal e o secretário de Estado do Ambiente de Espanha, e adiantou que, já desde quarta-feira está a ser transferida água para a barragem de Alcântara para, depois, ser transferida para Cedilho, a mais próxima da fronteira com Portugal.

“A expectativa do lado de Espanha relativamente a esta questão em concreto é que, em meados de dezembro, dentro de três semanas, dependendo também da chuva que nos pode ajudar e para a semana vai chover, em ter o problema do abaixamento do caudal em Cedilho resolvido”, salientou hoje.

O ministro referiu ainda que os caudais “têm sido mais baixos do que é expectável e, por isso, eles vão certamente recuperar ainda durante este ano”.

O proTejo – Movimento pelo Tejo afirmou que Espanha “voltou a não cumprir a Convenção de Albufeira” no início do ano hidrológico 2019/2020, que começou em outubro, apontando menos água lançada no rio nas duas últimas semanas daquele mês.

Pelas contas do movimento, “o caudal em falta é de 1.000.000 m3, volume apurado por terem sido enviados apenas 6.250.000 m3 e 6.750.000 m3, respetivamente, na terceira e quarta semanas de outubro, dos 7.000.000 m3 semanais acordados na Convenção de Albufeira”, sendo que, “nas restantes semanas, foi enviado apenas o caudal mínimo em resultado da ausência de reservas de água na barragem de Cedillo após o vazamento realizado em setembro”.

O PSD acusou na sexta-feira passada o ministro do Ambiente de “posições contraditórias e incoerentes” sobre a quantidade de água e a gestão conjunta dos caudais do Tejo entre Portugal e Espanha, solicitando informações adicionais ao Governo sobre o tema.

“O Governo tem que explicar porque passou quatro anos a dizer que Espanha cumpria com Portugal em matéria de caudais, chegando a dizer que não havia falta de água no Tejo, e, de repente, acusa finalmente Espanha de fazer uma gestão inaceitável dos caudais e dizendo que já tinha feito vários alertas e queixas a Espanha por causa disso”, disse à Lusa o deputado Duarte Marques, primeiro subscritor de um requerimento entregue pelo PSD no parlamento.

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