Economia

Ministro da Economia diz que endividamento tem de baixar mais

O ministro da Economia considerou hoje “muito positivo” que o défice orçamental se tenha situado em 0,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, mas vincou que o endividamento tem de baixar mais.

“Penso que os números das contas públicas são positivos. Um défice abaixo de um por cento é superar muito os objetivos a que nos tínhamos proposto e 0,9 por cento é um número muito positivo”, declarou Manuel Caldeira Cabral.

Falando aos jornalistas no final do almoço/conferência do American Club of Lisbon, na capital portuguesa, o governante observou que “estes resultados mostram que os investidores internacionais que confiaram em Portugal e que as agências que reviram o ‘rating’ de Portugal estavam corretas”.

“Portugal está no bom caminho em termos consolidação das contas públicas e no bom caminho também em relação ao seu endividamento”, sustentou, argumentando que “estas metas têm sido importantes para conseguir baixar as taxas de juro, para melhorar o financiamento à economia e às empresas”.

Ainda assim, Manuel Caldeira Cabral defendeu que “o endividamento português tem de continuar a baixar e é esse o programa do Governo”.

“É um sinal importante de confiança na nossa economia, os resultados já conseguidos e as metas a que nos propomos”, notou.

Na segunda-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou que o défice orçamental de 2017 ficou nos três por cento do PIB, incluindo a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas teria sido de 0,9 por cento sem esta operação.

Segundo a primeira notificação de 2018 relativa ao Procedimento por Défices Excessivos, remetida pelo INE ao Eurostat, o défice das Administrações Públicas atingiu 5709,4 milhões de euros, o que correspondeu a três por cento do PIB, acima do saldo negativo de dois pontos percentuais registado em 2016.

“Este resultado inclui o impacto da operação de recapitalização da CGD, no montante de 3944 milhões de euros, que determinou um agravamento da necessidade de financiamento das Administrações Públicas em dois por cento do PIB”, de acordo com o INE.

No que toca à carga fiscal, subiu para 37 por cento do PIB no ano passado face ao peso de 36,6 que tinha na economia em 2016, também de acordo com o INE.

Desvalorizando tal acréscimo, Manuel Caldeira Cabral sustentou que “o que os últimos três orçamentos demonstram é uma estabilidade fiscal, ao contrário de anos anteriores, em que houve aumentos muitos elevados de impostos”.

Já questionado sobre um possível impacto da nova taxa sobre o excesso de contratos a prazo nas empresas, anunciada na sexta-feira, o responsável sublinhou que “as pessoas que pensam que a competitividade se baseia em baixos salários e precariedade estão erradas”.

E aludiu ao debate aquando do aumento do salário mínimo nacional, apontando que “houve muitos a dizer que o aumento do salário mínimo iria pôr em causa a competitividade das exportações e a comprometer os objetivos de emprego”, adiantando que se assistiu ao contrário.

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