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Ministro da Defesa grego demite-se antes de votação sobre nome da Macedónia

O ministro da defesa grego e principal aliado da coligação do Governo de Alexis Tsipras, Panos Kammenos, anunciou hoje renunciar ao cargo, antes da próxima votação parlamentar sobre o novo nome da Macedónia, ao qual se opõe.

“A questão da Macedónia não me permite não sacrificar a minha posição como” ministro, afirmou, anunciando a “retirada do Governo” de membros do seu partido, numa declaração em direto para as câmaras.

“Agradeci ao primeiro-ministro pela nossa cooperação e expliquei que, devido a essa questão nacional, não poderíamos continuar”, acrescentou.

Panos Kammenos, líder do pequeno partido soberanista ANEL, vai dar mais pormenores sobre a resignação do cargo numa conferência de imprensa marcada para as 14:30.

Na sexta-feira, o parlamento da Macedónia ratificou o acordo sobre o nome de “República da Macedónia do Norte” que, para entrar em vigor, deve agora ser ratificado pelo congénere grego.

A votação em Atenas deve acontecer “dentro de dez dias”, segundo Alexis Tsipras.

É necessária uma maioria simples para a mudança de nome da Macedónia, tendo o chefe do Governo uma pequena margem de manobra (153 de 300, incluindo 145 do seu próprio partido).

O principal partido da oposição, Nova Democracia (78 eleitos), anunciou que iria votar contra a ratificação do acordo.

Mas os eleitos do ANEL mantiveram a ambiguidade e poderão aprovar a mudança de nome, apesar da demissão do seu líder.

Quanto aos seis membros do Governo provenientes do ANEL, não é seguro que sigam os passos de Kammenos.

Tsipras espera ainda o voto dos deputados do partido pró-europeu da oposição Potami, que tem sete eleitos.

Tsipras e o seu homólogo macedónio, Zoran Zaev, assinaram em junho o acordo de Prespa, que prevê a alteração da designação do país (Macedónia, ou Antiga república jugoslava da Macedónia, Fyrom), para “República da Macedónia do Norte”, mas a sua concretização ficou dependente da sua aprovação pelos parlamentos de Skopje e Atenas.

A alteração destina-se a terminar com um velho litígio de quase três décadas entre os dois vizinhos, e terminar com o veto grego à adesão da Macedónia à NATO e ao processo de aproximação com a União Europeia (UE).

Atenas exigia a mudança de nome por considerar que Macedónia faz parte do seu património histórico e só podia ser usado pela sua província com o mesmo nome.

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