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Ministro da Defesa do Brasil diz que cortes nas FA obrigam a adequação de planos

O ministro da Defesa do Brasil, general Fernando Azevedo e Silva, admitiu hoje, em Lisboa, que os cortes no orçamento previstos para o próximo ano implicam uma adequação do planeamento estratégico, incluindo ao nível das despesas das forças armadas.

“Tivemos um contingenciamento este ano. Esperamos e temos a certeza de que parte dele será ainda descontigenciado”, disse Fernando Azevedo e Silva que se encontra em visita a Portugal e hoje teve um encontro com o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras.

Em abril, o ministro da Defesa do Brasil anunciou que o Governo brasileiro bloqueou 5,8 mil milhões de reais (1,3 mil milhões de euros) do orçamento do Ministério da Defesa, valor que representa 44 por cento do orçamento para despesas não obrigatórias da pasta, segundo a imprensa local.

“Tal bloqueio, no momento, não impõe necessidade de mudanças na operacionalidade do Ministério da Defesa. A pasta trabalha com a expectativa de recuperação da economia e reequilíbrio do orçamento brevemente”, informou na altura em comunicado a assessoria do ministério, citada pela agência Brasil.

Hoje, o general Fernando Azevedo e Silva disse, em relação ao projeto de lei do orçamento para o próximo ano, que o mesmo deverá ser reduzido, mas assegurou que está a ser procurada uma solução, com “o apoio do Ministério da Economia e do próprio Presidente Bolsonaro”.

“Se mantiver estes patamares previstos inicialmente para o próximo ano temos de adequar o planejamento estratégico e mesmo em relação aos nossos custeios”, adiantou.

O encontro de hoje entre os ministros da Defesa de Portugal e do Brasil é o terceiro desde que os governantes assumiram funções e, segundo João Gomes Cravinho, demonstram as boas relações entre os dois países.

A reunião acontece depois da assinatura, a 22 de agosto, de um “acordo histórico” entre Portugal e o Brasil para a aquisição, pelo Ministério da Defesa de Portugal à brasileira Embraer, de cinco aeronaves militares KC-390 à brasileira Embraer, por 827 milhões de euros.

O ministro brasileiro disse que, na altura, não pode estar presente, mas que assim que lhe foi possível agendou a passagem para Portugal para assinalar o assunto.

Outro tema abordado foi a possibilidade dos dois países participarem em missões internacionais.

A este propósito, João Gomes Cravinho recordou que os dois Estados já têm experiência nesta área, nomeadamente “a integração de militares brasileiros na missão de formação do Exército da República Centro Africana”.

“Essa primeira experiência creio que nos dará lições interessantes como repetir, desenvolver e alargar para outros planos”, prosseguiu.

Confrontado sobre a questão da Amazónia, o ministro da Defesa brasileiro sublinhou que, em dez anos, o contingente das Forças Armadas passou de 20 mil para 45 mil.

Esta presença, afirmou, garante a soberania nessa região que “foi um legado dos portugueses”, disse.

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