A ministra da Saúde afirmou hoje que uma das prioridades nesta legislatura é “melhorar a resposta aos cidadãos” por parte do Serviço Nacional de Saúde, não só em volume, mas também em termos de qualidade e humanização dos serviços.
Marta Temido falava sobre o tema “Serviço Nacional de Saúde [SNS]: Uma visão de futuro”, na Conferência “SNS no Feminino”, organizada pela Associação Portuguesa pelo Desenvolvimento Hospitalar e que decorreu no auditório da Polícia Judiciária, em Lisboa.
“A essência do SNS é o ato de cuidar e não só as consultas, as cirurgias ou as urgências” disse a ministra, observando que há sinais que indicam que é preciso “enfrentar alguns desafios” e encontrar respostas para as modificações profundas que ocorreram na população portuguesa nos últimos 40 anos, ou seja, desde que foi criado o SNS.
O envelhecimento da população e a baixa taxa de natalidade – notou – contribuíram para que 21 por cento dos portugueses tenham hoje mais de 65 anos e apenas 14 por cento menos de 15 anos.
Quanto às causas da mortalidade, Marta Temido realçou que os tumores malignos são hoje uma das principais causas de morte, permanecendo o álcool, o tabaco e o sedentarismo como fatores de risco na sociedade portuguesa.
A ministra definiu como preocupações as doenças musculo-esqueléticas e do foro mental, insistindo que a saúde mental tem que ser uma prioridade.
O aumento da procura de consultas hospitalares e de cirurgias no último ano no SNS e a pressão exercida nos serviços e estruturas da saúde foram outros dos ângulos abordados por Marta Temido, que revelou que um terço dos trabalhadores sente que “corre algum tipo de risco”, havendo estudos que indicam o surgimento de casos de desgaste emocional ou “burnout”.
Melhorar as condições de trabalho e “recuperar o orgulho” de quem presta serviço no SNS foram outras linhas de força da intervenção da ministra, que prometeu um “reforço do investimento no SNS”, dizendo que para isso é necessário “planear e investir com rigor”.
Falando do futuro do SNS, Marta Temido admitiu que é também preciso ultrapassar “conflitos de interesses” e “algumas lógicas estritamente pessoais” e lembrou o SNS, criado após o 25 de Abril, como “elemento de combate às desigualdades” e não um mero prestador de cuidados de saúde.
Na mesa da ministra estiveram, entre outros, Ana Escoval, administradora do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, e Aranda da Silva, antigo presidente do Infarmed/Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento.
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