Ministra da Defesa alemã gera polémica por não tapar o cabelo em Riade

A Ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen, participou numa conferência de segurança regional do IISS “O diálogo de Manama”, no Bahrain, no passado dia nove de dezembro.

A ministra alemã recusou-se a vestir o hijab na sua visita à Arábia Saudita, apenas uma semana depois da Chanceler Angela Merkel afirmar que a burca deve ser proibida na Alemanha.

Von der Leyen visitou a cidade de Riade para uma reunião com o Príncipe Mohammad bin Salman al Saud na quarta-feira, mas não cobriu o cabelo para o evento.

É de relembrar que a Arábia Saudita é um país ultraconservador, pelo que o uso da burca é exigido a todas as mulheres, muçulmanas ou não.

Von der Leyen explicou que não usou a burca uma vez que acha que as mulheres devem desfrutar o direito de se vestir como quiserem, assim como os homens o fazem.

A ministra optou então por usar um fato azul escuro, deixando o cabelo bem visível na reunião.

“O direito de escolher as suas próprias roupas é um direito compartilhado por homens e mulheres”, disse a ministra, de acordo com o site de notícias alemão ‘Bild’. “Irrita-me quando as mulheres são obrigadas a usar a abaya”.

Enquanto alguns elogiaram a decisão da ministra nas redes sociais, as suas ações provocaram indignação na Arábia Saudita. A aparente falta de ação por parte dos oficiais do país em relação à escolha vestiária da ministra foi descrita como “hipócrita”.

Isto porque na semana passada a polícia saudita deteve uma mulher por violar as regras após ser vista a caminhar por Riade sem a tradicional indumentária.

Esta decisão por parte de Von der Leyen, vem após Merkel ter dito que a burca que tapa totalmente a cara deve ser proibida “onde quer que seja juridicamente possível” durante o Congresso da União Democrata Cristã (CDU), na Alemanha.