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Ministério Público guineense ordena à PJ que devolva arroz apreendido a ministro da Agricultura

O Ministério Público da Guiné-Bissau ordenou à Polícia Judiciária guineense a devolução dos sacos de arroz apreendidos na quinta do ministro da Agricultura, segundo um despacho a que a Lusa teve hoje acesso.

Os sacos arroz foram apreendidos no âmbito da operação “Arroz do Povo” e que visa recuperar arroz doado pela China, que a PJ suspeita que foi desviado para venda.

No mesmo despacho, datado de 24 de abril, o Ministério Público ordena também a abertura de um processo-crime contra cinco agentes daquela força de investigação criminal.

Segundo o Ministério Público, a Polícia Judiciária tinha mandado de busca para efetuar diligências na cidade de Bafatá, nomeadamente nos “armazéns e domicílios dos suspeitos, assim como nos domicílios de quaisquer pessoas na posse do referido produto”.

“Sucede, porém, que a PJ alargou essas diligências para outras localidades não abrangidas no mandado”, acrescenta o Ministério Público.

No despacho, o Ministério Público dá um prazo de cinco dias, que termina hoje, à Polícia Judiciária para devolver o arroz ao Ministério da Agricultura.

Fontes da PJ contactadas pela Lusa afirmaram que o arroz não será entregue e remeteram mais explicações para um comunicado à imprensa a ser divulgado ainda durante o dia de hoje.

A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau apreendeu no âmbito de uma operação, denominada “Arroz do Povo”, várias centenas de toneladas de arroz doado pela China, que segundo aquela força de investigação criminal estava a ser preparado para ser vendido ao público.

O arroz apreendido estava num armazém em Bafatá, propriedade do antigo ministro do Interior Botché Candé, e numa quinta do ministro da Agricultura, Nicolau dos Santos.

No âmbito da operação, a PJ tentou ainda deter o ministro da Agricultura, mas foi impedida pelas forças de segurança.

O embaixador da China no país, Jin Hong Jun, disse à Lusa que está a seguir com muita atenção a investigação da Polícia Judiciária e salientou que o arroz doado “não é para venda”.

O embaixador explicou que foi doado um total de 2.638 toneladas de arroz, no valor de três milhões de dólares, e que o donativo chegou a 26 de janeiro.

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