Economia

Mineiros em protesto pelo fim do fator de sustentabilidade nas reformas antecipadas

Dezenas de mineiros e trabalhadores das pedreiras protestaram hoje em Lisboa, exigindo a eliminação do fator de sustentabilidade nas reformas antecipadas, e receberam, mais uma vez, a promessa do Governo de acabar com esta penalização.

À porta do Ministério do Trabalho, onde decorreu o protesto depois de um desfile desde o Teatro Maria Matos, o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, disse aos jornalistas que a central sindical “tem o compromisso do Governo de eliminar o fator de sustentabilidade” para os trabalhadores que neste momento estão no ativo, mas lembrou que, para que isso aconteça, é necessário “sair urgentemente a lei”.

O dirigente sindical lembrou ainda que, no ano passado, já tinham sido criadas (através de declarações do Governo) expetativas aos trabalhadores destas carreiras especiais de que a sua passagem à reforma não implicaria o fator de sustentabilidade, mas os trabalhadores que saíram, entretanto, para a reforma “estão a ser penalizados”.

Arménio Carlos precisou que o compromisso da ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, é o de, ainda neste Orçamento do Estado, fazer desaparecer o fator de sustentabilidade que penaliza em cerca de 15% os trabalhadores que estão no ativo e querem passar à reforma.

No final do protesto, uma delegação de trabalhadores das pedreiras e minas foi recebida por responsáveis do ministério, tendo entregado um documento, assinado por quase mil trabalhadores, no qual apelam ao fim daquela penalização, à não consideração do aumento da esperança média de vida, através da manutenção nos 50 anos para a idade de reforma antecipada, além da melhoria na contagem do tempo.

O dirigente sindical dos mineiros, Luís Cavaco, lembrou que estes profissionais têm um regime especial, por se tratar de uma profissão de desgaste rápido, e por isso não devem ser prejudicados pelo fator de sustentabilidade.

“Esta garantia já foi dada por Vieira da Silva, aquando ministro do trabalho, e palavra dada é palavra honrada”, concluiu Nuno Gonçalves, do sindicato dos mármores, salientando que a promessa hoje dada pelo ministério, de que vai ser eliminado aquele fator de sustentabilidade, não é uma certeza de que o problema vai ser resolvido.

Durante o desfile até ao Ministério do Trabalho, os manifestantes entoaram cânticos alentejanos e gritaram palavras de ordem como “Sustentabilidade é um fator, que só lixa o trabalhador”.

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