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Milhares nas ruas dos EUA contestam política que separa famílias na fronteira

Milhares de pessoas manifestaram-se em oitenta cidade dos Estados Unidos, na quinta-feira, contra a decisão do Governo de separar famílias de imigrantes na fronteira com o México, algo que classificam como “desumano e imoral”.

“Esta chamada de atenção não é feita apenas à administração [de Donald Trump], mas a toda a sociedade norte-americana, para que entendam que é desumano o que estamos a fazer a estas crianças e a estas mães”, disse à agência Efe a fundadora do grupo UndocuTravelers, Karla Estrada.

No mês passado, o procurador-geral norte-americano anunciou um plano de “tolerância zero” para os imigrantes que atravessam a fronteira do México sem documentação.

Desde então, 650 crianças foram separadas dos pais na fronteira, indicaram os Serviços de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.

Califórnia foi um dos estados norte-americanos onde ocorreram mais manifestações, com marchas em mais de 18 cidades. Defensores dos imigrantes, grupos religiosos, sindicatos, parlamentares democratas e estudantes exigiram a libertação de todos os menores.

Na semana passada, a Amnistia Internacional classificou a separação de crianças das respetivas famílias como uma “política monstruosa que atenta contra os direitos humanos”.

Em comunicado, a diretora executiva da organização nos Estados Unidos, Margaret Huang, declarou que “a ideia de que as crianças podem ser protegidas separando-as das suas famílias desafia a lógica e a humanidade”.

“Essas crianças já sofreram o trauma da violência e da perseguição nos seus países de origem, além de uma jornada árdua em busca de um lugar seguro”, argumentou.

O número de imigrantes detidos na fronteira EUA-México subiu 223 por cento em abril passado, em comparação com o mesmo mês de 2017.

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