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Milhares de manifestantes apoiam a polícia em Hong Kong

Milhares de pessoas manifestaram-se hoje em frente ao parlamento de Hong Kong para manifestar o seu apoio à polícia, que enfrenta crescentes críticas pelo uso de gás lacrimogéneo e balas de borracha contra as manifestações das últimas semanas.

Este protesto ilustra as divisões ideológicas e geracionais que atualmente há em Hong Kong, que em 1997 voltou para a China.

A antiga colónia britânica tem sido palco de grandes manifestações pacíficas nas últimas semanas contra a proposta de lei que permitia a extradição para o continente chinês, que acabou suspensa.

Em 12 de junho, a polícia usou gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar os manifestantes.

A polícia defendeu os seus métodos, mas os opositores acusam a polícia de usar força excessiva e pediu uma investigação independente. Por duas vezes nas últimas duas semanas, o quartel-general da polícia da cidade foi bloqueado por multidões.

A manifestação de hoje – composta de uma população muito mais velha, alguns dos quais usando bandeiras chinesas – foi menor do que os grandes protestos das contra as alterações à lei da extradição, mas mostram que a polícia e os que são a favor de Pequim conseguem reunir apoio.

“Eu não apoio o comportamento das pessoas em relação à polícia”, disse uma manifestante de 70 anos à agência France Presse.

Já os manifestantes pró-democracia vão realizar outra manifestação na segunda-feira, com os organizadores a esperarem grande participação.

Propostas em fevereiro, as alterações à lei da extradição permitiriam que a chefe do executivo, Carrie Lam, e os tribunais de Hong Kong processassem pedidos de extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

Lam suspendeu entretanto o debate da proposta de lei, mas mesmo assim não conseguiu apaziguar os manifestantes.

A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respetivamente, decorreu sob o princípio ‘um país, dois sistemas’, precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.

Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.

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