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Miki Biasion é a atração do 2.º RallySpirit

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O antigo bicampeão do mundo de ralis Massimo ‘Miki’ Biasion é a grande atração da 2.ª edição do 2.º RallySpirit, que a 18 a 19 de Novembro vai levar a emoção das máquinas de ralis de outras eras a Vila Nova de Gaia e a Santo Tirso.

O italiano irá conduzir um dos Lancia com que brilhou nos ralis dos anos 1980, tendo a seu lado o conhecido navegador português Mário Castro, revivendo sensações idênticas às que teve já lá vão 30 anos.

“As minhas melhores memórias de Portugal são várias, nomeadamente as três vitórias que alcancei na prova, e também um segundo lugar com o Lancia 037, que apesar de ser tracção traseira tinha no seu baixo peso e agilidade um importante trunfo. Terminei à frente do Audi do Walter Rohrl”, lembra Miki Biasion com um brilhoznho nos olhos.

O piloto transalpino também contou uma história engraçada nos seus primeiros tempos no Rali de Portugal: “É um momento que tem a ver com a preparação da prova. Fomos treinar para a serra do Buçaco e o nosso carro ficou enterrado na lama e era noite escura. Chamamos a nossa carrinha de assistência mas também ela ficou enterrada na lama”

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“Fomos procurar ajuda e encontramos a casa de um agricultor. Perguntamos-lhe se tinha um trator para nos rebocar. Disse-nos que sim mas que só no dia seguinte o poderia fazer, já com luz, mas que poderíamos pernoitar na casa dele, que era muito pequena e humilde”, recorda ainda Biasion entre sorrisos.

O italiano, cuja carreira esteve ligada em grande parte à Lancia, elege como o melhor carro que guiou em competição o Lancia Delta S4: “Era um fenómeno de força e potência. Era uma adrenalina conduzi-lo, mesmo se comportasse grandes riscos, como mais tarde se veio infelizmente a confirmar”.

Apesar de banidos devido á fatídica morte de Henri Toivonen na Córsega, Miki Biasion sente saudades dos Grupo B, até porque a passagem aos Grupo A, com o Delta 4WD foi uma espécie de desilusão: “Foi como que… andar para trás”.

No entanto da nova era há a recordar a passagem da Lancia para a Ford. As comparações tornam-se inevitáveis: “O Escort Cosworth era um grande carro, mas na Lancia as pessoas trabalhavam de outra forma. Havia uma boa comunicação, e mesmo quando o carro era menos competitivo todos o tornávamos mais competitivo”.

Biasion nunca conduziu um dos atuais carros do campeonato do mundo, mas acha que “dão um bom espetáculo e a Volkswagen já não domina como antes acontecia, embora considere que os atuais pilotos são super estrelas mais distantes dos fãs”, não como no seu tempo “onde havia mais contacto com o público”.

O italiano que não quer destacar qualquer nome, reconhece que Sebastien Loeb é um dos melhores pilotos de sempre, embora ressalve: “Um grande piloto não se vê apenas pelos títulos que tem, mas também por outros aspetos. Acho que ninguém tem dúvidas do valor de pilotos como Markku Alen, Hannu Mikkola ou Timo Salonen. Mas devo dizer que Sebastien Ogier se está a aproximar muito depressa daquilo que Loeb fez”.

Fotos: Ricardo Cachadinha

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