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Miguel Macedo sai, Marques Mendes fica

miguel macedo Miguel Macedo, ministro da Administração Interna, demitiu-se e mostrou dignidade e prevaleceu a instituição Estado. Um exemplo que deveria prevalecer para quem exerce funções no Estado. Não pode haver suspeição, dúvida ou algo nebuloso. Quem representa o Estado tem que ser olhado de uma forma transparente límpida e clara. Quem está no Estado representa os interesses dos cidadãos e não outros interesses. Quem está no Estado lida com dinheiros públicos, dos nossos impostos e tem que ter uma conduta irrepreensível. Não há outra forma dos cidadãos confiarem e acolherem com empatia quem manda e decide assuntos do Estado.

O Estado está acima de qualquer coisa, da política e tacticismo. Apesar de não ter responsabilidades, no caso, a sua saída tem que ver com o seu ministério (MAI), do qual dependia o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e o director do SEF, Manuel Jarmela Palos, que é acusado de crimes de corrupção, no caso da atribuição de vistos dourados.

Por outro lado, Miguel Macedo é amigo pessoal do presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), António Figueiredo, que foi detido por suspeitas na atribuição de vistos dourados.

Todavia a filha de António Figueiredo, Ana Luísa Figueiredo, tem uma empresa Golden Vista Europe que está a ser investigada. Mas tinha outra empresa de consultadoria e gestão de empresas JMF- Projects & Business em que são sócios Miguel Macedo e Marques Mendes. Esta empresa tinha como finalidade, segundo o jornal Público, a prestação de serviço na área de estratégia empresarial orientação e assistência operacional a empresas, entre outras.

Isto mostra uma ligação privilegiada entre o ministro Miguel Macedo, Marques Mendes ex-político e a filha do presidente do IRN.

O visto dourado é uma autorização de residência para actividade de investimento (ARI) que permite a cidadãos e Estados fora da União Europeia dispensarem o visto para entrarem em território nacional, circular no espaço Schengen e reagruparem a família, podendo mais tarde aceder á nacionalidade portuguesa. Todavia, tem que investir um mínimo: transferir para um banco português um milhão de euros, ou a criação de pelo menos dez postos de trabalho, ou a aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros.

O problema foi o seguinte: para se ter um visto dourado ter-se-ão cometido crimes de corrupção, tráfico de influências, peculato e branqueamento de capitais. Isto é, em causa estão comissões cobradas ilegalmente para obtenção desse visto.

Ao contrário da posição digna, íntegra, nobre, séria do ministro que foi acertada e elevada, Marques Mendes nega que teve uma ligação privilegiada com Ana Luísa Albuquerque, filha do presidente do IRN (Instituto dos Registos e Notariados) António Figueiredo que foi detido.

Meteu os pés pelas mãos e as mãos pelos pés, teve direito como comentador a tempo de antena em sua defesa, mas não se saiu nada bem.

Nervoso, irritado, embaraçado e à defesa, Marques Mendes não tem condições para comentar o que quer que seja: a sua credibilidade é zero.

A SIC é uma empresa privada, não é o Estado, mas estar a ouvir alguém em que a sua credibilidade sai diminuída é caricato. O senhor que sabe tudo antes do tempo e com informação privilegiada do governo, desta vez, emudeceu.

Marques Mendes, com responsabilidades como comentador de uma televisão, represente papel de eunuco, como se ninguém conhecesse os segredos por trás dos enredos, é insuportável. Dar explicações esfarrapadas, também.

Salazar tinha razão quando dizia, “em política o que parece é”.

A política está enxameada de ex-políticos, ex-qualquer coisa. Ainda não perceberam que o seu tempo já passou e devem dar lugar a outras pessoas, outras ideias, e o mais importante, pessoas com comportamentos e atitudes diferentes, para melhor.

Na televisão são sempre os mesmos; ora aparecem de um lado, com funções de Estado, ora aparecerem do outro, como comentadores, etc..

A política portuguesa tem muito de ‘vira o disco e toca o mesmo’, mas esquece-se de que o vinil está ultrapassado, até o cd tem os dias contados. Estamos na era dos downloads. Os cidadãos estão cada vez mais informados, atentos e com acesso rápido à informação.

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