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Migrantes ilegais detidos na fronteira com México diminuíram 28 por cento em junho

O número de migrantes detidos nos Estados Unidos depois de cruzarem ilegalmente a fronteira com o México caiu de 28 por cento em junho, em relação ao mês anterior, informou terça-feira o Departamento de Segurança Interna norte-americano.

Pouco mais de 104.000 detenções ocorreram no mês passado, menos 40.000 do que em maio.

As autoridades norte-americanas atribuem esta diminuição devido aos “esforços conjuntos” da administração do Presidente dos EUA, Donald Trump, juntamente com El Salvador, Guatemala e Honduras, países onde são provenientes a maioria dos migrantes.

O acordo com o México, acrescentaram, teve também grande influência nesta diminuição: no início de junho, o México comprometeu-se a mobilizar 6.000 elementos da Guarda Nacional para controlar a sua fronteira com a Guatemala e a receber os que solicitam asilo nos Estados Unidos, até que os seus pedidos sejam processados pelos tribunais dos EUA.

Este acordo foi alcançado depois de ameaças de aplicação de taxas alfandegárias aos produtos mexicanos. Se as duas partes não tivessem chegado a um acordo, as tarifas entrariam em vigor, afetando todas as importações mexicanas, com taxas que poderiam alcançar os 25 por cento até outubro.

O México comprometeu-se ainda a tomar medidas para desmantelar as organizações de contrabando e tráfico, bem como as redes ilícitas de transporte e financiamento.

Apesar destas medidas, o Departamento de Segurança Interna norte-americano apontou que a situação na fronteira permanece “crítica”, lembrando que o número de detenções em junho, comparando com o período homólogo do ano passado, é ainda superior (mais 43.000).

“Estamos além do limite e em estado de total emergência”, sublinhou aquele departamento norte-americano.

Na segunda-feira, O Departamento de Segurança Interna dos EUA pediu ao Pentágono mais 1.000 soldados para ajudar a lidar com a crise dos migrantes na zona fronteiriça com o México, em McAllen, no estado do Texas, onde as condições de detenção dos migrantes chocaram a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

Reportagens divulgadas pelos média norte-americanos e relatórios de ativistas de direitos civis têm denunciado a existência de condições deploráveis nos centros de detenção de migrantes sem documentação nas fronteiras do sul dos Estados Unidos, em muitos casos envolvendo crianças que são separadas dos pais e deixadas em situação de risco.

“Como pediatra, mas também como mãe e ex-chefe de Estado, estou profundamente chocada com o facto de as crianças estarem a ser forçadas a dormir no chão, em instalações sobrelotadas, sem acesso adequado a cuidados de saúde e a alimentos, em más condições sanitárias”, disse hoje Bachelet, num comunicado.

Nesta sexta-feira está agendada uma visita do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, a um campo de detenção de migrantes em McAlle.

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