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Migrações são “inevitáves” e “necessárias”

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou hoje que as migrações são “inevitáveis” e “necessárias”, defendendo que os países têm direito a adotar as suas próprias políticas desde que respeitem os direitos humanos.

A questão tem sido fortemente debatida tanto na Europa como nos Estados Unidos: nos últimos dias, centenas de migrantes foram socorridos no Mediterrâneo, três países europeus formaram um eixo contra a imigração ilegal e a administração de Donald Trump foi duramente criticada devido à separação de famílias de clandestinos.

Guterres, que falava numa conferência de imprensa em Lørenskog, perto da capital norueguesa, Oslo, salientou que os países têm o direito de adotar as suas próprias políticas de migração “desde que respeitem os direitos humanos dos migrantes e que isso seja feito de forma em que a cooperação internacional seja relevante”.

“As migrações são um fenómeno inevitável”, comentou, ao ser questionado sobre o destino dos 630 migrantes do Aquarius que foram acolhidos no domingo, em Espanha, após uma semana de errância e sobre a separação imposta pelas autoridades americanas aos filhos de imigrantes clandestinos.

O secretário-geral da ONU falou ainda sobre a sua mãe de 95 anos, que precisa de assistência permanente e vive em Portugal: “nunca vi um português a tomar conta da minha mãe. São sempre migrantes e é claro para mim que as migrações são uma necessidade”, declarou.

“Se são uma necessidade, então é preferível organizá-las, regulamentá-las, de modo a que sejam realizadas numa quadro de cooperação entre países, para que todos fiquem a ganhar, sobretudo os que se encontram hoje em condições desesperadas”, acrescentou.

A comunidade internacional vai reunir-se nos dias 10 e 11 de dezembro, em Marraquexe, Marrocos, para uma conferência sobre questões migratórias que deve levar à adoção de um pacto global sobre “migrações seguras, ordenadas e regulares”.

António Guterres participa hoje no Oslo Forum, um encontro internacional de mediadores e especialistas em processos de paz que reúne também altos responsáveis políticos.

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