Mies van der Rohe é alvo de uma homenagem por parte do maior motor de busca do mundo, que com um doodle faz renascer um dos mestres da arquitetura mundial do século XX, nascido há precisamente 126 anos.
Rohe distinguiu-se por uma arquitetura racionalista, com obras marcadas por um cariz sofisticado, com materiais modernos e uma geometria que lhes concedia a etiqueta deste mestre. Os trabalhos de Mies van der Rohe são marcadamente austeros, mas ao mesmo tempo elegantes.
Também pertencem a Mies van der Rohe algumas frases que se utilizam em diversas áreas, muito para além da arquitetura. “Deus está nos detalhes” ou “Menos é mais” (esta última é uma das teorias, por exemplo, da publicidade) ficam para a história como algumas das ideias que der Rohe criou, de acordo com os conceitos minimalistas que defendia.
O homem que a 27 de março é recordado com um google doodle trabalhou na empresa de cantaria do pai, antes de viajar para Berlim, onde exerce com o designer de interiores: Bruno Paul. Mies van der Rohe depressa assimilou as teorias da arquitetura vigentes e começou a impor a sua marca, criando o seu próprio conceito.
Rapidamente o seu talento foi reconhecido e não tardou a receber encomendas, o que lhe permitiu semear a sua cultura arquitetónica em diversos locais. Mudou o seu próprio nome (Ludwig Mies) e acrescentou um toque aristocrata: “van der Rohe”.
Começou por criar pequenas casas, mas após a I Guerra Mundial adotou um conceito modernista, na procura de um estilo arquitetónico pronto para enfrentar a era industrial. Mies van der Rohe foi criticado e mudou o seu estilo arquitetónico. Até que, em 1921, projeta um imponente arranha-céus, formado por vidro e metal. Reforçou a sua obra e caráter pioneiro com outras criações, até chegar ao Pavilhão Alemão de Barcelona.
Socialista, Mies van der Rohe criou monumentos de homenagem a comunistas que o poder queria destacar na eternidade da pedra. Alguns desses monumentos viriam a ser demolidos pelos nazis. Aliás, a sua obra foi fortemente afetada quer pelo poder nazi, quer pela depressão económica.
Mies lecionou, mais tarde, na escola vanguardista de arquitetura. Viria a criar o Pavilhão Alemão da Feira Universal de Barcelona, que viria a ser demolido (como projetado) e reconstruído (em homenagem a Mies van der Rohe, que hoje merece um google doodle).
O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque viria a dedicar-lhe um espaço, com a retrospetiva da sua obra. E nos EUA que van der Rohe encontra o maior reconhecimento e o local para criar grandes obras de arquitetura. Torna-se cidadão americano em 1949 e rompe os laços com a sua Alemanha.
Em solo norte-americano, Mies projetou grandes edifícios, que apresentavam uma arquitetura que estava para além do seu tempo: Edifício Seagram, ou o Lake Shore Drive, em Chicago, entre muitos outros trabalhos. É, no entanto, na Alemanha que projeta uma das mais perfeitas expressões da abordagem arquitetónica – Neue Nationalgalerie, em Berlim.
Foi um dos derradeiros trabalhos de grande relevo de Mies, um símbolo da arquitetura que hoje é lembrado com um doodle, também ele expressivo e revelador da marca geométrica de Mies van der Rohe, mestre que morreu em Chicago.
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